Brasil, 11 de outubro de 2025
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Governo Lula busca reconstruir relações com os EUA após crise

O Brasil se esforça para suavizar tensões com os EUA e melhorar relações diplomáticas sob o governo Lula.

Com a inflexão dos Estados Unidos na crise diplomática com o Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva trabalha para reconstruir a confiança mútua e “descontaminar” a relação bilateral. Há preocupação em Brasília de que Donald Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, possa tentar interferir na política interna brasileira em 2026, ano eleitoral, causando mais estragos nos investimentos e no comércio bilateral.

Estratégia do governo brasileiro

Segundo interlocutores do governo brasileiro, a estratégia consiste em retirar da agenda temas de política interna que comprometeram a interlocução entre Brasília e Washington. Nesse contexto, a situação de Bolsonaro — condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — não deve integrar as conversas oficiais entre os dois países. Essa abordagem visa focar em questões econômicas e comerciais, essenciais para o fortalecimento das relações bilaterais.

Diálogo em andamento

A abertura do diálogo, após um telefonema entre os presidentes Lula e Trump na última segunda-feira, não significa que tudo será resolvido a curto prazo, afirmam pessoas familiarizadas com o assunto. No entanto, a prioridade é concentrar os esforços na retirada das sanções aplicadas a cidadãos brasileiros, com destaque para o ministro do STF Alexandre de Moraes, e no fim da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, que está em vigor desde agosto deste ano. Tal medida é vista como um passo importante para a revitalização do comércio entre os dois países.

Possível reunião presencial em Kuala Lumpur

Uma reunião presencial entre Lula e Trump deverá ocorrer nos próximos dias. Um dos locais mais prováveis seria na Malásia, no fim deste mês, à margem da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Contudo, será preciso espaço nas agendas presidenciais. Reservadamente, autoridades brasileiras admitem que, se o encontro não ocorrer em Kuala Lumpur, será difícil a sua realização ainda este ano, a não ser que Trump vá a Belém (PA), em novembro, para participar da COP30 — hipótese considerada improvável.

Contato entre os chanceleres

Nesta quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, telefonou para o chanceler Mauro Vieira. Os dois combinaram de se encontrar em breve em Washington, uma reunião que deverá ocorrer apenas em meados da próxima semana, já que Rubio acompanhará Trump em viagem ao Egito, caso a visita seja confirmada. Esse contato é visto como um indicativo de que os Estados Unidos estão dispostos a reavaliar sua posição e a dar maior atenção ao Brasil em um cenário de crescente concorrência global.

A percepção brasileira sobre a relação com os EUA

Conforme informações divulgadas pelo veículo O GLOBO, há percepção em Brasília de que os EUA estão corrigindo a rota por uma razão essencialmente pragmática: Washington percebeu que não pode continuar relegando a relação com o Brasil. A importância do Brasil como parceiro comercial e a demanda por produtos amplamente consumidos pelos americanos, como café e carnes, têm contribuído para essa nova abordagem. Na conversa com Lula, Trump teria afirmado que o povo americano sente falta do café brasileiro, reforçando a relevância do agronegócio para o mercado norte-americano.

Pressão da Casa Branca e cautela brasileira

Além disso, interlocutores do governo brasileiro avaliam que a política de pressão conduzida pela Casa Branca não produziu os resultados esperados. Apesar disso, os representantes brasileiros defendem cautela, à espera das próximas conversas entre autoridades dos dois países. Essa perspectiva é crucial para determinar o futuro das relações diplomáticas e comerciais na próxima década, especialmente com o processo eleitoral se aproximando no Brasil.

Em um panorama geral, a busca por um entendimento mútuo e pela retomada das boas relações entre Brasil e EUA é um passo necessário para consolidar investimentos e fomentar um ambiente favorável ao comércio. As esperanças de que um diálogo mais produtivo possa se traduzir em benefícios concretos para ambos os países permanecem altas, mesmo em meio a desafios que ainda precisam ser superados.

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