Brasil, 10 de outubro de 2025
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Ministro Barroso anuncia aposentadoria antecipada do STF

A aposentadoria do ministro Barroso provoca articulações políticas e destaca sua trajetória de 12 anos no STF.

O ministro Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal (STF), encerrando uma trajetória de mais de doze anos na Corte. Essa decisão, que havia sido refletida desde sua saída da presidência do tribunal, foi comunicada em um discurso emocionado, no qual foi aplaudido de pé pelos demais ministros. A notícia já movimenta os bastidores do governo e do Judiciário, levantando questões sobre sua sucessão e futuras nomeações.

Despedida e novos rumos

“É hora de seguir novos rumos. Não tenho apego ao poder e gostaria de viver a vida que me resta sem as responsabilidades do cargo”, afirmou Barroso durante seu discurso. Ele mencionou que sua decisão foi amadurecida ao longo do tempo e que não está relacionada a eventos do momento atual. O ministro já havia comunicado ao presidente Lula sua intenção de se retirar, mas agora se prepara para um “retiro espiritual” que o ajudará a definir os detalhes de sua saída.

A prevista aposentadoria de Barroso era inicialmente para 2033, quando teria 75 anos. Contudo, as recentes articulações em torno da escolha de seu sucessor já estão em andamento. A decisão do ministro é um marco importante, tendo em vista sua influência em decisões-chave do país nos últimos anos.

Legado no Supremo Tribunal Federal

Indicada ao STF em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, Barroso construiu uma carreira marcada pela defesa de causas constitucionais e dos direitos fundamentais. Durante seus 12 anos como ministro, foi responsável por relatar casos de grande repercussão, como a suspensão de despejos durante a pandemia e a autorização de transporte gratuito durante as eleições de 2023. Seu trabalho ao lado de outros ministros foi crucial na limitação do foro privilegiado e na discussão sobre o uso de maconha.

Dentre os julgamentos que coordenou, destacou-se sua liderança durante o processo que levou à condenação de envolvidos na tentativa de golpe em 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Barroso demonstrou, ao longo de sua trajetória, um compromisso profundo com os princípios democráticos e a proteção dos direitos humanos.

Articulações para sua sucessão

A notícia da aposentadoria de Barroso intensificou as conversas sobre quem sucederá o ministro no STF. Jorge Messias, advogado-geral da União e considerado uma figura de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é um dos nomes mais cotados. Seu perfil técnico e político está alinhado ao governo, e, caso indicado, ele poderia permanecer na Corte por até três décadas.

Além de Messias, outros nomes estão sendo discutidos, como o senador Rodrigo Pacheco e o presidente do TCU, Bruno Dantas. Contudo, a escolha do futuro ministro dependerá da estratégia política de Lula, especialmente em consideração às eleições de 2026. A sucessão de Barroso promete ser um assunto de massiva importância no cenário político brasileiro.

Reconhecimento e contribuições

Após o discurso de despedida de Barroso, elogios não faltaram. O presidente do STF, Edson Fachin, ressaltou que a contribuição de Barroso para a democracia brasileira ultrapassa suas decisões. “Vossa Excelência ajudou a construir uma cultura constitucional mais sólida e comprometida com os direitos fundamentais”, afirmou Fachin. Luiz Fux, outro colegiado do STF, também se emocionou ao descrever Barroso como um “grande constitucionalista” e um homem de profunda integridade.

Natural de Vassouras, no Rio de Janeiro, Barroso completou 12 anos no STF em junho de 2025 e, ao longo desse período, participou de julgamentos que impactaram significativamente diversas áreas do direito e da sociedade brasileira. Graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde é professor titular de Direito Constitucional, ele possui mestrado pela Universidade de Yale e doutorado na mesma instituição, além de pós-doutorado em Harvard.

Com a saída de Barroso, o Brasil se prepara para um novo capítulo em sua trajetória parlamentar, enquanto a escolha de seu sucessor pode moldar o futuro do Judiciário e a interpretação das leis fundamentais do país.

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