Na quinta-feira (9), durante reunião privada no Vaticano com participantes da Conferência MINDS em Roma, o Papa Leo XIV afirmou que as agências de notícias têm a responsabilidade de promover informações precisas e equilibradas, evitando práticas que degradam a credibilidade, como manipulação e clickbait.
Responsabilidade na comunicação e colaboração com a sociedade
O Papa destacou a necessidade de uma maior colaboração entre produtores e consumidores de informações para criar um ciclo virtuoso que beneficie toda a sociedade. “A informação é um bem público que devemos proteger”, afirmou, enfatizando que a parceria entre cidadãos e jornalistas é fundamental para promover responsabilidade ética e cívica.
“A comunicação deve ser libertada de pensamentos distorcidos, da concorrência desleal e do degradante clickbait”, acrescentou Leo XIV. Ele ressaltou ainda que profissionais e agências de mídia devem defender valores como transparência, responsabilidade, qualidade e objetividade para conquistar a confiança do público.
Reconhecimento aos jornalistas e defesa da verdade
Durante o encontro, o Pontífice expressou sua admiração por inúmeros jornalistas, especialmente aqueles que atuam em zonas de conflito, que trabalham para evitar a manipulação de informações contrária à verdade e à dignidade humana. “Muitos deles perderam a vida em missões de reportagem, vítimas da guerra e de ideologias de guerra que dificultam seu trabalho”, destacou.
Impacto da inteligência artificial na comunicação
O Papa também abordou os desafios trazidos pela inteligência artificial, alertando que o mundo não deve permitir que a “verdade seja indistinguível da ficção”. Ele pediu vigilância para que tecnologias e algoritmos não substituam os seres humanos ou fiquem nas mãos de poucos, garantindo uma informação livre, rigorosa e objetiva.
“Recordemos o alerta de Hannah Arendt de que o sujeito ideal do totalitarismo não é o nazista convencido ou o comunista, mas as pessoas que não distinguem mais fato e ficção, verdade e mentira”, citou Leo XIV, referindo-se à obra “As Origens do Totalitarismo”.
Chamada à responsabilidade e ao combate às divisões sociais
O Pontífice conclamou os jornalistas a manterem sua autoridade e a exercitarem seu trabalho com paciência e rigor, apontando que eles podem ajudar a restabelecer a civilidade na sociedade. “Vocês podem atuar como barreira contra quem busca dividir e criar conflitos por meio da mentira”, afirmou.
Por fim, o Papa reforçou que o setor de comunicação não deve se separar da busca pela verdade, sendo um instrumento essencial na construção de uma sociedade mais justa e esclarecida.