A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) agendou para a manhã desta sexta-feira, 9 de outubro, uma sessão extraordinária para deliberar sobre a situação do deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, do PRD. O parlamentar encontra-se sob custódia, acusado de liderar uma milícia envolvida em lavagem de dinheiro por mais de uma década. A votação será realizada depois de um parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que discutiu os aspectos legais encerrados sobre a manutenção da prisão do deputado.
Processo legislativo em andamento
A CCJ da Alba trabalhou arduamente na quarta-feira, 8, revisando as constituições Federal e Estadual e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) para embasar sua análise. A Assembleia revelou que a decisão sobre a manutenção ou revogação da prisão de Binho Galinha será definida por voto secreto e requer uma maioria absoluta de 32 votos entre os 63 deputados presentes. Este processo, embora legislativo, não entra no mérito das acusações que pesam contra o parlamentar—esta questão é exclusiva para o Judiciário.
O resultado da votação da Alba se torna ainda mais crítica em um momento em que a legislação estadual permite a suspensão ou a perda de mandato caso o deputado seja considerado culpado por violar o decoro parlamentar. Assim, o plenário terá o poder decisório final sobre essa questão, levando em conta a gravidade da infração, os danos causados à Assembleia e os antecedentes do deputado.
Contexto da prisão de Binho Galinha
A prisão de Binho Galinha se deu após um mandado preventivo, cumprido em 3 de outubro, pouco antes das discussões na Alba. O parlamentar e sua família foram acusados de participação em um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de fachada. As investigações do Ministério Público da Bahia (MP-BA) apontam que o deputado lavava dinheiro por meio de sua loja de autopeças, chamada “Tend Tudo”, em Feira de Santana, e que suas atividades financeiras estavam relacionadas a ações criminosas anteriores ao seu mandato.
Sua esposa e filho também foram presos durante a operação e estão sob investigação por envolvimento nas irregularidades. Foi apurado que a empresa associada ao deputado recebeu valores exorbitantes sem a devida comprovação e flagradas em transações suspeitas.
Histórico de Binho Galinha
Binho Galinha é um deputado em seu primeiro mandato e, antes de sua vida política, já tinha um histórico criminal, incluindo uma prisão em 2011 por envolvimento em uma operação de roubo de veículos. Sua ascensão no cenário político da Bahia, portanto, vem acompanhada de um contexto complexo que coloca em questão a integridade e a moralidade de sua atuação na Assembleia.
Expectativas para a votação de hoje
Com a votação se aproximando, a expectativa é alta tanto entre os membros da Assembleia quanto entre o público, especialmente após a notificação da Justiça sobre a prisão do deputado. A proteção da imagem da Alba e o cumprimento da lei são essenciais, gerando um debate acalorado sobre a responsabilidade e a ética na política. A defesa de Binho Galinha já manifestou a sua intenção de contestar a prisão e reafirmou a inocência do deputado, argumentando que as acusações são fruto de uma perseguição política.
A situação traz à tona questões maiores sobre a eficácia da legislação contra corrupção e a capacidade da Assembleia em lidar com casos de parlamentares envolvidos em atividades ilícitas. O caso de Binho Galinha pode, portanto, não só afetar sua própria carreira, mas também moldar a percepção pública sobre corrupção e moralidade dentro da política baiana.
Considerações finais
Conforme a votação se desenrola, a Alba se encontra em uma encruzilhada que poderá margear o futuro da integridade legislativa na Bahia e a forma como casos de corrupção são tratados no sistema político. A decisão dos deputados pode representar não apenas um marco na vida de Binho Galinha mas também ecoar em futuras investigações e legislações no Estado.
Com a pressão da opinião pública e a vigilância das mídias, os próximos passos da Alba após a votação se tornarão um foco central na luta por transparência e responsabilidade no governo.