Brasil, 9 de outubro de 2025
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Polícia Federal realiza buscas em sindicato ligado a Frei Chico

Operação investiga esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, com mandados em diversos estados brasileiros.

A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira (9) mais uma fase da Operação Sem Desconto e cumpriu mandados de busca e apreensão direcionados a associações suspeitas de um esquema bilionário de descontos associativos irregulares em aposentadorias e pensões. Entre as entidades investigadas está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cuja sede localizada em São Paulo é ligada a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O que motivou a operação?

Embora Frei Chico não figure como investigado no inquérito da PF, o sindicato que preside soltou uma nota defendendo uma investigação “séria e transparente” para corrigir falhas e evitar injustiças. A operação é um desdobramento de apurações que iniciaram em abril de 2025, onde a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) revelaram que sindicatos e associações de aposentados realizavam descontos indevidos e sem autorização nos contracheques de beneficiários, somando um montante total de R$ 6,3 bilhões.

A PF está cumprindo 66 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça. As ações estão ocorrendo no Distrito Federal e em outros sete estados: São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia. As investigações têm como propósito aprofundar a apuração de crimes como a inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, e atos de ocultação e dilapidação patrimonial.

Os principais envolvidos e as apurações

O presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, deve prestar depoimento à CPI do INSS. O sindicato movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão em seis anos, de acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Além do Sindnapi, as sedes das associações Amar Brasil e Masterprev também foram alvo das buscas. Durante a primeira fase da operação, a cúpula do INSS foi afastada sob a suspeita de envolvimento no esquema.

As associações denunciadas prometiam oferecer serviços como planos de saúde, academia e assistência jurídica, mas, segundo a CGU, não possuíam estruturas reais para cumprir tais promessas. Muitos aposentados sequer tinham conhecimento de que estavam filiados a essas entidades, surpreendendo-se com as cobranças apenas ao acessar seus extratos de benefícios.

Crimes sob investigação e prisão de operadores

Entre os crimes apurados estão estelionato qualificado, peculato, corrupção ativa, uso de documentos falsos, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além disso, em setembro, a PF prendeu empresários envolvidos no esquema, como Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti, que eram apontados como operadores principais do esquema. Os empresários coordenavam empresas que atuavam como intermediárias financeiras entre as associações e os servidores públicos.

De acordo com os investigadores, parte dos recursos desviados era direcionada a funcionários do INSS responsáveis por aprovar os convênios e validar os descontos. É importante ressaltar que todos os envolvidos negam as acusações e asseguram que não há irregularidades em suas ações.

Essa operação é um reflexo do contínuo esforço das autoridades para combater a corrupção e garantir que os direitos dos aposentados e pensionistas sejam respeitados. As investigações continuam, e novos desenvolvimentos são esperados à medida que a PF aprofundar suas buscas e realizar interrogatórios dos envolvidos.

À medida que o esquema se desdobra, o foco está em garantir que justiça seja feita, protegendo os beneficiários de futuras injustiças e fraudes nos sistemas de aposentadoria e pensões.

Veículo apreendido na operação – Foto: Divulgação
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