Com o governo federal fechado e milhões de pessoas prestes a perder acesso a cuidados de saúde, a atenção às necessidades específicas das mulheres torna-se ainda mais urgente. A ausência de prioridades bipartidárias compromete iniciativas essenciais de pesquisa, prevenção e tratamento na saúde feminina.
Desafios atuais na saúde das mulheres americanas
Recentemente, declarações do presidente Donald Trump e do secretário de Saúde, RFK Jr., sugeriram ligações entre o uso de Tylenol durante a gravidez e riscos de autismo, gerando confusão e medo entre gestantes. Especialistas destacaram que não há evidências científicas que comprovem tal relação, mas o impacto foi profundo na população de futuras mães.
“Mulheres não precisam ser pressionadas a ‘aguentar’ sem orientação adequada”, afirma Maria Shriver, jornalista e ativista pela saúde feminina. Ela relata sua própria experiência de gravidez difícil por hiperêmese gravídica, uma condição mal compreendida na época devido à falta de estudos e dados científicos.
A importância de políticas de saúde baseadas em evidências
Para Shriver, fornecer informações médicas fundamentadas é fundamental para que mulheres possam tomar decisões seguras sobre fertilidade, gravidez e menopausa. “Não é papel do governo dizer às mulheres para ‘aguentar’, mas apoiá-las com dados precisos e tratamentos eficazes”, critica.
Desigualdades alarmantes na saúde materna
A crise de saúde afeta de forma desproporcional as mulheres negras, com taxas recordes de mortalidade materna durante e após a gravidez. Segundo dados, uma mulher morre a cada duas minutos no mundo por complicações obstétricas, sendo que nos EUA o índice para mulheres negras é quase três vezes maior do que para mulheres brancas.
Perspectivas para o futuro da saúde feminina nos EUA
Especialistas concordam que o verdadeiro avanço exige investimento em pesquisa para entender as causas dessas desigualdades. Precisamos de uma abordagem bipartidária que coloque a saúde da mulher no centro das políticas públicas, promovendo também a experiência de vidas mais longas, seguras e com qualidade.
O caminho para a melhoria da saúde feminina passa pela unificação de esforços políticos, científicos e sociais, garantindo que o suporte e o conhecimento cheguem a todas as mulheres, independentemente de raça ou classe social.