Brasil, 9 de outubro de 2025
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Investigações revelam esquema familiar de fraudes em concursos públicos

A Polícia Federal desvendou uma organização familiar que cobrava até R$ 500 mil por vaga, usando métodos avançados para fraudar concursos.

As investigações da Polícia Federal revelaram uma complexa máfia familiar que operava há mais de uma década, vendendo aprovações em concursos públicos com valores de até R$ 500 mil por vaga. A operação, deflagrada em 27 de julho de 2025, mostrou como o esquema utilizava dublês, pontos eletrônicos implantados cirurgicamente e acesso antecipado aos gabaritos, burlando os sistemas de segurança das bancas organizadoras.

Como a fraude foi descoberta e os métodos utilizados

A investigação começou após uma denúncia anônima indicando um núcleo familiar em Patos, na Paraíba, envolvido na venda de gabaritos mediante pagamento. A Polícia Federal analisou minuciosamente os cartões de resposta do Concurso Nacional Unificado (CNU) 2024, constatando respostas idênticas, mesmo em provas de versões diferentes, o que não podia ser explicado por mera coincidência.

O esquema familiar e seus protagonistas

Segundo os agentes, Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar com antecedentes criminais, liderava o grupo. Ele foi aprovado como Auditor Fiscal do Trabalho, mas não tomou posse, reforçando a suspeita de sua participação na fraude. Seus familiares e contatos próximos — incluindo filho, irmãos, cunhada e sobrinha — também estavam envolvidos na operação.

O relatório aponta o uso de pontos eletrônicos implantados cirurgicamente, além de dublês — candidatos substitutos com documentos falsificados — em diversas provas. Mariana Abreu, outra investigada, teria feito provas em nome de terceiros em concursos de polícia em Pernambuco e Alagoas.

Estrutura financeira e lavagem de dinheiro

Além das fraudes, a quadrilha movimentava grandes quantias de dinheiro por meios ilícitos. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontam depósitos de até R$ 419 mil em espécie por parte de Geórgia Neves, suspeita de ser uma das beneficiárias finais, usando laranjas para ocultar a origem dos recursos.

A PF apreendeu celulares, computadores e documentos em várias operações, além de gravações de áudios, mensagens e comprovantes de pagamentos, indicando uma estrutura financeira sofisticada com envolvimento de imóveis, veículos, ouro e procedimentos odontológicos para disfarçar os pagamentos.

Autuações e próximos passos

Durante a operação, três pessoas foram presas preventivamente em Recife e Patos, e a investigação continua avançando para identificar outros envolvidos. Os advogados dos investigados afirmam estar colaborando com as autoridades e garantem sua inocência, enquanto a Polícia Federal reforça o compromisso de combate à corrupção e fraudes em concursos públicos.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos declarou que acompanha as investigações e aguardam os desdobramentos da operação para tomar eventuais medidas administrativas.

Implicações e impacto na transparência

A operação revela a fragilidade dos sistemas de segurança e fiscalização em concursos públicos no Brasil e levanta questões sobre o controle e a supervisão das bancas organizadoras. Além de detectar uma rede que operava por mais de uma década, as investigações mostram a necessidade de maior rigor e fiscalização no setor.

A Polícia Federal continuará buscando garantir a imparcialidade e a integridade dos processos seletivos, com o objetivo de restabelecer a confiança na transparência dos concursos públicos no país.

Para mais detalhes, acesse o fonte original.

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