Brasil, 9 de outubro de 2025
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União Brasil e PP lideram derrota de Lula na Câmara dos Deputados

A rejeição de medida provisória na Câmara indica possível crise entre governo e partidos do Centrão.

Em uma batalha política acirrada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma intensa disputa com o União Brasil e o PP. A tensão aumentou após a permanência dos ministros André Fufuca e Celso Sabino no governo federal, resultado que culminou na derrota do presidente nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados. A rejeição da medida provisória que substituía o aumento do IOF poderá acarretar um rombo de R$ 42,3 bilhões nos próximos anos, um resultado considerado extremamente preocupante para a administração atual.

A rejeição da medida provisória e suas consequências

A votação na Câmara resultou em um esmagador placar de 251 votos contra a favorável de 193. A estratégia de retirar o projeto da pauta implicou que, com o prazo limitado para apreciação, a medida foi, na prática, rejeitada. Essa derrota não apenas tenseou as relações do governo Lula com o Centrão, mas também expôs fissuras políticas mais profundas, levando líderes governistas a acusar o União Brasil e o PP de sabotagem eleitoral. A manobra foi vista como um movimento direcionado a favorecer o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é visto como o principal rival de Lula nas próximas eleições.

Como os partidos se posicionaram na votação

O alinhamento dos partidos neste conflito foi revelador. No PP, impressionantes 97% dos membros votaram pela derrubada da medida, enquanto no União Brasil, 90% acompanhou a mesma decisão, somando 86 votos contrários à proposta governamental. Em contraste, partidos como o MDB e PSD apresentaram uma divisão em suas votações, com cerca de 53% dos deputados apoiando a medida e 47% votando contra.

O fato de que mesmo entre os Republicanos, partido de Tarcísio de Freitas, houve dissidências, com 25% dos parlamentares votando a favor da proposta do governo, demonstra ainda mais a complexidade do cenário político. O MDB registrou 12 ausentes, e o PSDB viu uma divisão mais pronunciada, refletindo um clima de descontentamento interno dentro dos partidos.

A crítica de Lula à postura dos partidos

O presidente Lula, durante a semana, criticou abertamente a postura do União Brasil e do PP, ameaçando punir Celso Sabino e André Fufuca, caso eles optem por permanecer em seus cargos ministeriais. A indignação de Lula ficou clara em suas declarações: “Se as coisas estão dando certo, por que mexer? […] Quando chegar a época das eleições, cada um vai para o canto que quiser”, sublinhou, sugerindo que a política atual é marcada por uma espécie de “raiva” e “inveja”.

A popularidade do governo e possíveis repercussões

A dureza nas tratativas com os partidos do Centrão ocorre em um contexto onde a popularidade do governo começa a mostrar sinais de recuperação. Dados de uma pesquisa da Quaest, divulgados nesta quarta-feira, indicam que a diferença entre desaprovação e aprovação do governo caiu drasticamente, de 17 pontos para apenas um. Alguns analistas sugerem que esse cenário possa provocar um ajuste nas expectativas do Congresso, que já está enfrentando críticas crescentes de que não está a serviço do povo.

Pessoas próximas ao governo alertam que a posição dos deputados na votação da medida poderá ter consequências para eles, gerando uma percepção de que o Congresso está se alienando das necessidades da população. Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, expressou sua preocupação: “Infelizmente vai crescer, no seio do povo, a tese de que este Congresso tem se posicionado como inimigo do povo brasileiro.” Ele destacou que a história recente e as manifestações populares, como as que ocorreram após a polêmica PEC da blindagem, mostram que a insatisfação pode resultar em reações significativas da população.

O cenário atual demonstra que a luta pelo poder e influência dentro da política brasileira está longe de se resolver, e aguarda por novos desdobramentos que poderão afetar substancialmente a administração de Lula e suas relações com os diversos partidos no Congresso Nacional.

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