No dia 8 de outubro de 2025, o Papa Leo XIV demonstrou sinais de emotividade ao receber uma delegação de bispos e ativistas que levaram ao pontífice cartas manuscritas de famílias migrantes nos Estados Unidos. A reunião aconteceu na Casa Santa Marta, em Washington, D.C., e reforçou o apoio da Igreja às pessoas afetadas pelas políticas de imigração do governo americano.
Relatos emocionados de imigração e esperança
Durante a audiência, uma série de cartas foi apresentada ao Papa, incluindo um vídeo com vozes de migrantes que expressaram medo de deportação, solidariedade e esperança. Uma das mensagens dizia: “Vivemos numa constante ansiedade, sem saber se amanhã será o nosso último dia com a família”.
Segundo Dylan Corbett, diretor executivo do Hope Border Institute, Leo XIV foi tocado por esses relatos. “Ele ficou visivelmente emocionado, e você podia ver lágrimas em seus olhos ao ouvir as histórias de medo, incerteza e esperança que esses imigrantes compartilharam”, relatou à CNA.
Uma Igreja que apoia os mais vulneráveis
O grupo entregou ao Papa mais de 100 cartas de migrantes em risco de deportação ou vivendo em famílias mistas. Entre as mensagens, há pedidos de oração por Trump, por uma maior compaixão dos agentes de imigração e por proteção às famílias separadas.
“A Igreja não pode ficar em silêncio diante da injustiça”, afirmou Leo XIV, segundo Corbett, que destacou a resposta empática do pontífice ao ouvir os relatos. “Ele disse que devemos ser uma voz para os sem voz, e que a Igreja deve agir com força e união na defesa dos migrantes”, acrescentou.
Reforço de mensagens de esperança
Uma das cartas, enviada por um sacerdote de El Paso, descreveu uma sensação de insegurança intensa e pediu apoio para a comunidade. O documento também solicitou que o Papa interceda por uma mudança nas ações de deportação, sobretudo na abordagem de agentes que fazem operações em paróquias.
Outra mensagem, de uma migrante sem documentação na Califórnia, destacou a tristeza e o medo que sentem diariamente, pedindo orações e apoio da Igreja para que defendam seus direitos.
Impacto e reação da comunidade
Fernie Ceniceros, porta-voz da Diocese de El Paso, declarou à CNA que a reunião foi uma oportunidade importante para mostrar o carinho do Papa pelos imigrantes. “O Papa expressou sua solidariedade e apoio às famílias que vivem na fronteira e em todo mundo”, afirmou.
Imagens das cartas e vídeos foram compartilhados pelo Hope Border Institute, mostrando a sensibilidade do Papa diante dessas mensagens. Esse momento reforça o papel da Igreja como defensora dos direitos humanos e combate ao racismo e à violência nas políticas migratórias.
Perspectivas de apoio papal
Especialistas avaliam que essa recordação do Papa reforça a sua postura de defender os direitos dos mais vulneráveis. O Vaticano ainda não divulgou uma declaração oficial sobre os próximos passos, mas a visita reforça o compromisso da Igreja com a justiça social e os direitos humanos.
A reunião também ocorreu em um momento de grande tensionamento nas políticas de imigração nos Estados Unidos, com a expansão de ações de deportação e controle de fronteiras, o que aumenta o impacto da mensagem de apoio do Papa.