A recente pesquisa Genial/Quaest revelou um fenômeno interessante nas avaliações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): enquanto a popularidade geral do presidente apresenta sinais de recuperação, os idosos acima de 60 anos demonstram uma queda na aprovação de sua gestão. Em agosto, 55% desse grupo etário aprovavam o governo, mas em outubro, esse número encolheu para 50%, refletindo um aumento na desaprovação, que passou de 42% para 46% no mesmo período.
A recuperação da popularidade em contraste
Curiosamente, a avaliação total da população brasileira mostra uma tendência oposta. A mesma pesquisa aponta que a aprovação do governo Lula entre todos os brasileiros atingiu 48%, com a desaprovação girando em torno de 49%. Este equilíbrio é um dado relevante, considerando que a diferença entre aprovação e desaprovação era de 17 pontos percentuais em maio, caindo agora para apenas um ponto. Este fenômeno sugere que, apesar das dificuldades enfrentadas com a população idosa, outros grupos etários estão mais satisfeitos com a gestão atual.
Variáveis na avaliação por faixa etária
Um olhar mais atento revela que o governo Lula conseguiu melhorar sua imagem entre a faixa etária de 35 a 59 anos, onde a aprovação subiu de 46% para 51%. Entre os jovens de 16 a 34 anos, a avaliação se manteve estável em 43% desde agosto, o que pode indicar uma falta de mudanças significativas nas percepções desse grupo. A situação dos idosos, por outro lado, parece estar ligada aos desdobramentos recentes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga um esquema de fraudes na previdência social girando em torno de R$ 6 bilhões, conforme detalhado em investigações da Polícia Federal.
Investigação do esquema de fraudes no INSS
A CPMI iniciou seus trabalhos em agosto deste ano após a descoberta, em abril, de um esquema fraudulento que cobrava mensalidades irregulares diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorización prévia. Os desvios, que ocorreram entre 2019 e 2024, afetaram milhões de beneficiários, criando um sentimento de insegurança e desconfiança em relação ao governo entre os aposentados.
Os alvos das investigações incluíram alguns empresários de renome que, além de enfrentarem busca e apreensão, tiveram bens de alto valor apreendidos, como o caso de Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, que teve uma Ferrari vermelha confiscada. Ele negou qualquer envolvimento com os desvios, afirmando que os veículos eram de propriedade de sua empresa e comprados de forma lícita.
Implicações futuras para o governo
Essas investigações e a pressão da CPMI podem ter impactos significativos na forma como a população, em especial os mais velhos, avalia o governo Lula. O aumento na desaprovação pode levar a um questionamento mais profundo sobre a eficácia da gestão na proteção de direitos adquiridos, especialmente em tempos de crise. Embora a aprovação geral esteja melhorando, a fragilidade entre grupos mais vulneráveis, como os aposentados, poderá se refletir em decisões políticas futuras e na condução das reformas necessárias para a recuperação econômica.
