O tema da segurança pública continua como a principal preocupação da população brasileira, de acordo com uma nova pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest. Divulgado nesta quarta-feira (8), o levantamento mostra que 30% dos brasileiros consideram a violência como sua maior preocupação, um aumento significativo em relação a julho deste ano, quando esse número era de 24%. A segurança pública supera preocupações com temas como problemas sociais (18%), economia (16%), corrupção (14%) e saúde (11%).
A trajetória da preocupação com a segurança
Desde dezembro de 2024, o medo da violência já havia superado a preocupação com a economia entre os entrevistados. Nos últimos dez meses, a preocupação dos brasileiros com a segurança tem crescido de forma constante. A evolução dos dados demonstra um cenário alarmante, onde a sensação de insegurança afeta a qualidade de vida da população e o cotidiano nas grandes cidades.
Com um panorama desses, torna-se evidente que o governo federal precisa reagir com ações efetivas para restaurar a confiança da população nas políticas de segurança. Em resposta a esse sentimento, o governo tem buscado implementar políticas adequadas para enfrentar a questão da violência que, segundo especialistas, se alimenta também de problemas sociais e econômicos.
Iniciativas do Governo Federal
Em abril de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto a ministros como Ricardo Lewandowski (Justiça) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. O ato ocorreu em uma cerimônia no Palácio do Planalto, demonstrando a vaga de medidas que visam intensificar o combate ao crime organizado. A proposta recebeu apoio da Câmara e do Senado, tornando-se um ponto central na agenda legislativa do governo.
A PEC, elaborada pelo ministro da Justiça, estabelece diretrizes para a organização e operação dos órgãos de segurança. Um dos principais objetivos é criar corregedorias e ouvidorias autônomas, que visam aumentar a responsabilidade e a transparência nas ações de segurança pública. Além disso, a proposta amplia as funções da Polícia Rodoviária Federal, que passará a patrulhar não apenas rodovias, mas também ferrovias e hidrovias. Outro aspecto relevante da PEC é a inclusão de guardas municipais em ações de policiamento.
Impacto das mudanças propostas
Segundo o governo, a PEC altera cinco artigos da Constituição, conferindo à União um papel maior na formulação de políticas de segurança pública. Ao apresentar a proposta, o ministro Ricardo Lewandowski comparou a iniciativa à criação do “SUS da Segurança Pública”, uma analogia que sugere a necessidade de um modelo integrado e que funcione de maneira sistemática no combate ao crime.
Atualmente, a PEC está sendo discutida em uma comissão especial na Câmara dos Deputados. O clima político em torno do tema se intensificou após o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, em setembro. Em decorrência dessa tragédia, o relator da proposta, deputado Mendonça Filho (União-PE), sugeriu a ampliação da PEC para incluir ações específicas que visam combater o avanço do crime organizado, como: dificultar a progressão de regime para líderes de organizações criminosas, permitir o “confisco antecipado” de bens e a implementação de prisões em segunda instância “antes do trânsito em julgado”. Além disso, a proposta mantém em discussão mecanismos de proteção a autoridades que estão sob ameaça devido à crescente influência de grupos criminosos.
Essas iniciativas são vistas como cruciais para a recuperação da segurança pública no Brasil, onde a violência e a criminalidade têm mostrado um aumento constante, causando preocupação a cada vez mais brasileiros. Com a população voltando sua atenção para a segurança pública, caberá ao governo efetivar essas propostas e garantir a proteção e a tranquilidade dos cidadãos.
À medida que as discussões avançam na Câmara, a expectativa é que medidas adicionais possam ser consideradas para garantir um ambiente mais seguro e protegido para todos os brasileiros, refletindo a prioridade que a sociedade dá ao tema.
Para mais detalhes sobre a pesquisa e a proposta do governo, você pode acessar a fonte.