Brasil, 8 de outubro de 2025
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Apreciação de cassação de Eduardo Bolsonaro é adiada no Conselho de Ética

O pedido de vista adiou a análise do parecer sobre a cassação do deputado Eduardo Bolsonaro, acusado de quebra de decoro.

Um pedido de vista atrasou a apreciação do parecer preliminar sobre o pedido de cassação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Na reunião ocorrida nesta quarta-feira (8), o relator, deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG), optou por arquivar um dos processos contra o parlamentar, que é acusado de quebra de decoro.

De acordo com as normas do colegiado, o pedido de vista coletivo suspendeu a votação, que deverá ser retomada na próxima reunião. Caso o parecer seja aprovado, o processo contra Eduardo Bolsonaro seguirá em trâmite no Conselho.

A acusação e a defesa de Eduardo Bolsonaro

O pedido de cassação partiu do Partido dos Trabalhadores (PT), que argumentou que a conduta do deputado, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro, é incompatível com as funções que ocupa como parlamentar. Vale ressaltar que Eduardo Bolsonaro não apresentou defesa pessoalmente nem designou um defensor, contando apenas com a assistência de um defensor público da União, solicitada pelo presidente do Conselho, Fabio Schiochet (União-SC). Este argumentou a favor da inépcia formal da representação, e o relator acatou a defesa, votando pelo arquivamento.

O presidente do colegiado, Schiochet, também indeferiu um pedido de suspeição do relator, feito pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias. Este argumentou que o deputado Freitas já havia manifestado ligações políticas com Eduardo Bolsonaro, mas Schiochet não identificou impedimentos formais que justificassem a declaração de suspeição.

Os ataques de Eduardo Bolsonaro

Segundo a representação apresentada pelo PT, Eduardo Bolsonaro, a partir do exterior, teria feito reiterados ataques a instituições brasileiras, especialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros, que o deputado teria chamado publicamente de “milicianos togados” e “ditadores”. A acusação também cita uma entrevista em que Eduardo afirmou que “sem anistia para Jair Bolsonaro, não haverá eleições em 2026”.

Além disso, o documento menciona a tentativa de Eduardo Bolsonaro de influenciar autoridades dos Estados Unidos para que pressionassem o Brasil por meio de sanções internacionais.

“Tais manifestações não se encerram na esfera opinativa: o representado buscou – e segundo ele próprio, obteve êxito parcial – influenciar autoridades do governo estadunidense a imporem sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal, em represália às investigações que envolvem seu pai e correligionários”, destaca a representação.

Próximos passos e implicações

Atualmente, Eduardo Bolsonaro enfrenta outras três representações no Conselho de Ética, que esperam a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a possibilidade de serem apensadas e tramitarem conjuntamente.

A situação envolvendo o deputado Bolsonaro gera debates acalorados entre os parlamentares e a sociedade, especialmente em um momento em que a integridade das instituições brasileiras se mostra em evidência. A continuação dos processos e o eventual resultado das votações futuras poderão ter repercussões significativas tanto na trajetória política do deputado quanto nas relações entre os poderes.

O desenrolar dos eventos será acompanhado de perto, com implicações diretas para a legitimidade das funções parlamentares e as normas de decoro que regem a atuação no Congresso Nacional.

Este episódio no Conselho de Ética evidencia não apenas as tensões políticas atuais, mas também a importância de se discutir a responsabilidade dos representantes eleitos na preservação da democracia e das instituições. O Brasil aguarda os próximos passos nesta trajetória que pode ser decisiva para o futuro do legislativo.

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