Brasil, 8 de outubro de 2025
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Supremo veta tentativa de proteger sítio sagrado dos Apache

Grupo Apache perde apelo final na Suprema Corte dos EUA para impedir venda de terreno considerado sagrado por indígenas no Arizona

Na última sexta-feira (6), a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou, sem explicações, o recurso do grupo Apache Stronghold que buscava impedir a transferência de uma propriedade no Arizona, considerada sagrada por comunidades nativas há centenas de anos. A decisão marca o fim de uma batalha jurídica iniciada há anos para proteger o local conhecido como Oak Flat.

Decisão desfavorável ao Apache Stronghold

A corte, por meio de uma ordem sem autoria específica, negou o pedido de rehearing do grupo, considerado a última esperança para frear a venda da terra ao empresário Resolutio Copper, multinacional responsável por um grande projeto de mineração de cobre na região. O documento oficial não apresenta justificativa para a decisão, embora destaque que o juiz Neil Gorsuch teria sido favorável ao pedido. O juiz Samuel Alito, por sua vez, “não participou” da análise do caso.

A perda do recurso praticamente encerra as tentativas do grupo Apache de proteger Oak Flat, um local considerado sagrado por eles e por outros povos indígenas. O governo federal pretende vender a área, onde realiza rituais religiosos há gerações, para a empresa, que planeja abrir uma mina de cobre no local.

Fundamentação da ação e apoio religioso

O Apache Stronghold tinha apresentado uma ação sob a Lei de Liberdade Religiosa Restituta (Religious Freedom Restoration Act), argumentando que a venda violaria quase três décadas de restrições do governo dos EUA ao uso de terras para fins religiosos. Em maio, a Suprema Corte já havia recusado ouvir o caso, com a dissidência do juiz Neil Gorsuch e do juiz Clarence Thomas, que questionaram a decisão sem sequer se manifestarem na última sexta.

Apesar do revés, o grupo reiterou seu compromisso em continuar a luta nas instâncias inferiores. “Apesar de profundamente decepcionados, estamos longe de desistir”, declarou o Apache Stronghold. “Oak Flat merece o mesmo respeito e proteção que outros locais de culto no país”.

Apoio de entidades religiosas

O caso conta com o apoio de entidades católicas nos Estados Unidos, incluindo a Conferência dos Bispos Católicos (USCCB) e os Cavaleiros de Colombo, ambos aliados em defesa da liberdade religiosa. Os bispos apoiaram uma petição de amicus argumentando que a venda representa uma “interpretação equivocada” da lei de liberdade religiosa.

Os Cavaleiros de Colombo também enviaram um documento de apoio ao esforço, criticando a aplicação da legislação federal e defendendo que a decisão de permitir a mineração viola princípios fundamentais da liberdade religiosa, sem base na própria lei.

Desdobramentos legais e futuros passos

Embora as opções judiciais tenham se esgotado, a disputa ainda não terminou. Em 18 de agosto, a Corte de Apelações do Nono Circuito ordenou a suspensão da transferência do território enquanto analisa recursos emergenciais apresentados pelo San Carlos Apache Tribe e pelo Arizona Mining Reform Coalition. O conflito permanece ativo na justiça federal, com novos recursos sendo aguardados.

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