Brasil, 8 de outubro de 2025
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Seis anos após tragédia, famílias ainda sem moradias no Parque Rodoviário

Após enxurrada em Teresina, 19 famílias aguardam casas prometidas, vivendo em condições precárias e temendo nova tragédia.

Seis anos após a devastadora enxurrada que atingiu o Parque Rodoviário, na Zona Sul de Teresina, 19 famílias ainda aguardam a construção das casas prometidas pela Prefeitura. O desastre, que ocorreu em 4 de abril de 2019, resultou na morte de duas pessoas e na destruição de 63 residências. Apesar das promessas de investimentos e prazos, a realidade para muitos é uma espera angustiante que ainda não teve fim.

Promessas não cumpridas e a espera contínua

Na época da tragédia, a Prefeitura de Teresina anunciou a construção de 63 casas, um projeto orçado em aproximadamente R$ 4 milhões, com um prazo de conclusão de 12 meses. Contudo, após quase cinco anos desde a data prevista de entrega, apenas 44 unidades foram concluídas e entregues. As 19 restantes, que deveriam atender às famílias ainda desabrigadas, permanecem apenas no papel.

Enquanto isso, os moradores vivem em condições precárias. Carlos Alberto, que figura na lista para a nova moradia, desabafa sobre a situação: “Só promete e nunca resolve nada. Já era para nós estar lá nas casas novas… só Deus mesmo. A gente não tem onde morar, nem condições de pagar aluguel, e se obriga a viver assim”. O desamparo e a frustração são sentimentos comuns entre os afetados, que veem suas esperanças se esvaírem com o tempo.

Condicionantes da situação atual

Lourdes da Silva, irmã de um morador que utiliza uma estrutura improvisada, relata a realidade difícil que sua família enfrenta: “Ele vive ali entocado em uma casinha, sem luz, sem água, no escuro, parecendo um bicho.” Segundo ela, a situação chega a ser alarmante, pois, em dias de chuva, seu irmão corre para a segurança da casa dela, temendo choques elétricos devido à proximidade de fios de alta tensão. “Ninguém pode morar igual bicho, sem água, no escuro e embaixo de fios de alta tensão”, completa Lourdes, evidenciando um cenário de desamparo e vulnerabilidade extrema.

Henrique Carneiro, líder comunitário, observa que, embora as vítimas diretas do desastre tenham recebido novas moradias, aquelas que viviam em áreas de risco ainda estão em situação crítica. Muitos perderam o auxílio-aluguel e agora dependem da boa vontade de parentes ou amigos para se manter.

A espera por respostas das autoridades

Auri Sousa, mãe de uma das moradoras, expressa a angústia comum entre os familiares: “A nossa esperança é resposta dos órgãos públicos, quando as obras vão começar e se realmente a gente vai receber. São famílias que necessitam”. Essa busca por informações claras e concretas reflete a necessidade urgente de ações efetivas que garantam um lar seguro e digno para todos. Muitos se perguntam se o sofrimento vivido ao longo desses anos será finalmente reconhecido e se suas demandas serão atendidas.

O futuro das moradias prometidas

Em resposta às cobranças da comunidade, a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Sul informou que o contrato da obra original venceu, e uma nova licitação está em andamento para dar continuidade à construção das residências que faltam. Este anúncio gera uma expectativa cautelosa entre os moradores, que anseiam por um começo mais promissor para essa fase. Entretanto, a falta de um cronograma claro e compromissos sólidos aumenta a incerteza sobre quando ou se as tão esperadas casas realmente serão entregues.

A situação no Parque Rodoviário serve como um alerta para a necessidade de planejamento urbano eficiente, transparência nas ações governamentais e a garantia de que desastres como este não se repitam, oferecendo segurança e dignidade às famílias afetadas. O que se espera agora é não apenas um cumprimento de promessas, mas também a restauração da esperança e do bem-estar para todos os que viveram essa tragédia.

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