O governo federal anunciou nesta quarta-feira (8) uma importante iniciativa: a criação de Códigos de Endereçamento Postal (CEP) para todas as favelas do Brasil. Embora para a maioria dos brasileiros o CEP seja uma informação essencial e cotidiana, cerca de 198 mil moradores das favelas do Distrito Federal, a maioria pretos e pardos, não possuíam esse importante registro. Com o programa “CEP Para Todos”, desenvolvido pelo Ministério das Cidades em parceria com os Correios, essa realidade começa a mudar.
A importância do CEP para as comunidades
O CEP é muito mais do que um número: ele é um passaporte que garante acesso a direitos e serviços públicos essenciais. De acordo com a Secretaria Nacional de Periferias, a falta de um endereço formal dificulta a inclusão social de milhares de cidadãos. Sem um CEP, os moradores enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, educação e programas sociais, além de dificultar a participação em concursos e ofertas de emprego.
Um exemplo prático dessa situação é a comunidade Nova Esperança, em Campo Grande (MS). A falta do CEP impediu que um surto de sarna humana fosse atendido adequadamente. Após a implementação do código de endereçamento, a comunidade passou a receber atendimento regular por parte de agentes de saúde e assistência social, ajudando os moradores a obterem benefícios sociais que já lhes eram devidos.
Implementação do programa no Brasil
A iniciativa, que já começou a ser implementada, é abrangente e visa gerar CEPs para 12.348 comunidades em todo o Brasil, beneficiando aproximadamente 16,39 milhões de pessoas. O trabalho está em andamento em 656 cidades do país e, assim como no Distrito Federal, destaca-se a predominância de pessoas pretas e pardas entre os novos endereçados (72,9%).
O programa foi desenhado para ser finalizado em duas fases complementares. A primeira envolve o mapeamento de logradouros em 300 comunidades, com a criação de CEPs específicos para ruas, vielas, becos e travessas. Até o momento, já foram gerados 765 códigos. A segunda fase prevê a instalação de pontos de atendimento físico dos Correios em 100 favelas, para facilitar ainda mais o acesso dos moradores aos serviços.
Identificação das comunidades no Distrito Federal
No Distrito Federal, a medida já foi aplicada em diversas áreas de Regularização de Interesse Social (ARIS) e outras comunidades periféricas. Algumas das áreas atendidas incluem:
- Acampamento Dandara MTD
- Vila Estrutural A
- Morro Azul
- Sol Nascente (ARIS – Sol Nascente)
- Fercal Oeste
- Cond. Porto Rico (ARIS-Ribeirão)
- Vila São José (ARIS-Vicente Pires)
- Vila Cultural – Cobra Coral
Esses endereços são apenas uma amostra das comunidades que agora podem contar com um processo de inclusão que muda vidas. Estima-se que a relação formal com os serviços públicos facilite não apenas a prestação de assistência, mas também a dignidade social dos moradores.
Desafios e expectativas futuras
Embora a criação do CEP para as favelas seja um passo significativo, ainda há muito a ser feito. A integração completa dos serviços e a conscientização da população sobre a importância do endereçamento serão fundamentais para garantir o sucesso do programa. Além disso, é necessário que o governo se comprometa em resgatar o histórico das comunidades, que muitas vezes se sentem invisíveis e esquecidas.
O “CEP Para Todos” representa uma nova era para as periferias urbanas do Brasil, sinalizando uma mudança no modo como o governo reconhece e se relaciona com seus cidadãos. Que essa iniciativa sirva como um modelo para futuras políticas públicas que promovam a igualdade e a inclusão em todas as áreas da sociedade.
Para mais informações sobre o programa e como ele impacta a vida dos brasileiros, você pode acompanhar as atualizações no site do g1 DF.