Brasil, 8 de outubro de 2025
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Diplomacia empresarial impulsiona diálogo entre Lula e Trump

Executivos e setor privado brasileiro atuaram para abrir espaço para negociações comerciais com os EUA, além da diplomacia oficial

Empresários e integrantes do governo avaliam que a “diplomacia empresarial” e os canais oficiais ajudaram a criar condições para o telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Donald Trump, dos Estados Unidos. A ação conjunta buscou ampliar a margem de negociação em questões comerciais, especialmente relacionadas ao setor exportador brasileiro.

Pressões do setor privado e avanços na relação comercial EUA-Brasil

Executivos de grandes empresas com negócios nos EUA e associações do setor exportador intensificaram esforços nos últimos meses para convencer autoridades americanas de que o foco das negociações deve ser o comércio, e não temas ideológicos. Segundo fontes ouvidas, esse movimento ajudou a consolidar a oportunidade de diálogo direto, evidenciada pelo telefonema e por reuniões estratégicas com parlamentares republicanos e altos escalões do governo Trump.

Impacto na influência política e perspectivas de melhorias

Entre os empresários que atuam no mercado americano, há a percepção de que o encontro e a ausência de menções a figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro evidenciam a redução do protagonismo político de nomes ligados ao bolsonarismo, como Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro. A aproximação teria facilitado a conquista de avanços comerciais, com possibilidade de ampliar isenções a exportadores brasileiros, incluindo a reversão de sanções, como a cassação de vistos, ainda neste ano.

Ações específicas do empresariado brasileiro nos EUA

Entre os exemplos, está a mobilização de dirigentes da JBS e do setor de proteína que relataram aos americanos os efeitos do tarifaço — como o aumento de preços da carne devido às tarifas, que atualmente chegam a 50%. Um executivo do setor afirmou que estes importadores vêm pressionando por exceções na lista de tarifas, alegando que a medida prejudica os próprios consumidores dos EUA.

Outro caso é o da Embraer, cujo presidente, Francisco Gomes Neto, conseguiu em 2024 uma isenção para a importação de aviões civis, após negociações com o Departamento de Comércio dos EUA, antes mesmo do início formal do tarifaço. Tais movimentos demonstram a influência da interlocução bilateral no setor aeronáutico.

A importância do diálogo e os desafios futuros

Analistas destacam que a abertura do diálogo também favorece setores como o cafeeiro, com o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, Marcos Matos, otimista com as conversas entre Lula e Trump. Segundo ele, essa aproximação ajuda a viabilizar negociações e a minimizar impactos negativos do tarifaço, que elevou em 40% a cotação do café arábica na bolsa americana.

Por outro lado, especialistas admitem que o Brasil ainda não é prioridade na agenda comercial dos EUA. Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), afirmou que é o momento de o Brasil consolidar sua posição na mesa de negociações e que há espaço para ampliar as isenções neste ano. Contudo, negócios mais abrangentes, como acordos comerciais, deverão demorar, dado o foco dos americanos nos desafios com Europa e Japão.

Segundo fontes próximas às negociações, a boa relação com Trump e o comércio bilateral podem permitir que tarifas sobre proteína animal sejam reduzidas em breve, especialmente se mantida uma relação de cooperação. Ainda assim, o avanço dependerá do fortalecimento dessa parceria econômica, que vem ganhando espaço frente às disputas políticas internas.

Para o especialista em relações internacionais José Velloso, o momento sinaliza uma mudança na narrativa, com o setor privado exercendo papel fundamental na construção do diálogo. Ele reforça que, apesar de as ações diplomáticas ainda serem incipientes, a tendência é que elas continuem a contribuir para reverter cenários negativos e abrir novas oportunidades de negociação.

Para mais detalhes sobre os movimentos diplomáticos e empresariais, acesse o link completo da reportagem.

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