Nesta quarta-feira (8), a Renault lançou a nova versão do Kwid E-Tech, que chega ao mercado brasileiro com mudanças significativas na aparência e no interior, mas sem alterações de preço, que permanece em R$ 99.990. Assim, o modelo continua sendo o carro elétrico mais acessível do país.
Design atualizado aproxima o Kwid elétrico dos concorrentes chineses
As principais mudanças externas incluem a eliminação da grade frontal fechada, que foi substituída por uma peça preta de área reduzida. Os faróis ganharam luzes diurnas em formato de “Y” e o para-choque foi redesenhado, ocultando parcialmente os faróis dianteiros, o que confere um visual mais minimalista — similar ao estilo dos carros elétricos chineses BYD Dolphin e GWM Ora 03.
Na traseira, a versão mantém o visual da anterior, mas as lanternas tiveram tamanho reduzido e foram conectadas por uma faixa preta sem iluminação, contribuindo para um visual mais clean.
Interior radicalmente renovado e mais tecnológico
As mudanças internas são ainda mais notáveis, especialmente no acabamento e na tecnologia. O novo Kwid E-Tech abandona as telas usadas na versão a combustão, adotando uma central multimídia de 10 polegadas, maior e com design flutuante, inspirado nos modelos chineses.
O painel de instrumentos agora conta com uma tela digital de 7 polegadas, colorida e em alta definição, substituindo os velocímetros analógicos em LED. Apesar do avanço na tecnologia de telas, o acabamento ainda fica atrás de concorrentes como o BYD Dolphin Mini, que oferece áreas com toque macio — recurso que não está presente no novo modelo.
Manutenção da motorização e melhorias pontuais
O motor do Kwid E-Tech continua com 65 cavalos de potência, posicionando-se como o segundo mais fraco do mercado brasileiro entre os elétricos, atrás apenas do Chery iCar, com 61 cv. O freio de estacionamento ainda é acionado por alavanca, enquanto o volante conta com piloto automático e perdeu os sete botões sem função do modelo anterior.
Contexto de mercado e disputa com chineses
Lançado em 2022, o Kwid E-Tech foi um dos pioneiros na eletrificação de modelos compactos no Brasil e chegou a liderar o segmento de elétricos mais acessíveis, com preço inicial de R$ 142.990. Contudo, o sucesso do BYD Dolphin, lançado a R$ 149.800, teve impacto direto no mercado.
O Dolphin, com 95 cv — ou seja, 46% mais potente que o Kwid — além de ser mais veloz, com velocidade máxima de 160 km/h, e oferecer autonomia de 291 km, conquistou uma fatia maior do mercado. Segundo dados da Fenabrave, entre janeiro e setembro de 2025, o Dolphin foi emplacado aproximadamente 1.700 vezes mais que o Renault.
Outros modelos chineses, como o BYD Dolphin Mini, tiveram desempenho ainda mais expressivo, com mais de 22.900 unidades vendidas no mesmo período, diante das apenas 6 unidades do Kwid E-Tech em 2025 — uma comparação que evidencia o avanço dos concorrentes no segmento.
*Matéria em atualização.