A crescente onda de violência que se abateu sobre a região central de Campinas (SP) tem gerado um reflexo preocupante na rotina de moradores e lojistas. Com o aumento dos assaltos e furtos, ações têm sido tomadas para garantir a segurança da comunidade e a integridade dos estabelecimentos comerciais. A Rua Dr. Quirino, por exemplo, tem sido palco de diversas cenas de crimes, com câmeras de segurança capturando momentos alarmantes que chocaram os cidadãos, levando-os a repensar suas práticas diárias.
A rotina alterada dos comerciantes
A vendedora Adriana Bueno, que trabalha em uma loja na região central, compartilha a nova estratégia adotada por muitos comerciantes: encerrar o expediente 15 minutos mais cedo. Para ela, essa é uma maneira de aumentar a segurança, uma vez que a movimentação na rua se reduz drasticamente ao anoitecer. “A cidade abandona muito rápido. Você olha e não vê mais carros nem pessoas na rua”, destaca.
Infelizmente, as preocupações não são infundadas. Recentemente, um casal foi atacado por três criminosos; o idoso foi empurrado ao chão durante o roubo de sua corrente. Em outro incidente, uma mulher teve seu celular furtado e acabou correndo atrás do ladrão, sem sucesso. O comerciante Fernando Leão testemunhou a cena e descreve como a situação está ficando comum: “Fiquei na porta da loja e vi quando ele puxou o celular. Ele saiu andando como se nada tivesse acontecido”, detalha, expressando sua indignação.
Estatísticas alarmantes
Os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) refletem esse clima de insegurança. Entre janeiro e agosto deste ano, o 1º Distrito Policial de Campinas registrou 585 casos de roubo e 1.981 de furto. Isso resulta em uma média de 10 ocorrências registradas por dia, aumentando a sensação de vulnerabilidade na população.
Alexandre Catani, aposentado e morador da área, teve uma experiência traumática quando sua esposa foi vítima de um furto. Em resposta, ele fez um boletim de ocorrência online, uma tentativa de alertar as autoridades e aumentar a vigilância na região. “Queremos que as forças de segurança notem o número crescente de ocorrências e aumentem a segurança no bairro”, diz. Sua preocupação é compartilhada por muitos que se sentem inseguros ao caminhar pelas ruas centrais da cidade.
O que dizem as autoridades?
Em resposta à crescente preocupação com a segurança, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) declarou que a Polícia Militar está intensificando o patrulhamento na área. Além disso, a SSP informou que a Polícia Civil está investigando os crimes e que os índices de criminalidade mostraram uma redução em comparação com o ano anterior. “Neste período, 3.650 infratores foram detidos e 319 armas retiradas das ruas”, destaca um porta-voz.
Por outro lado, a Guarda Municipal informou que não há registros de casos de violência na Rua Dr. Quirino, mencionando que muitas lojas já adotavam a prática de fechar mais cedo há alguns anos, antes mesmo do aumento recente na criminalidade. A Guarda Municipal também ressaltou a presença de 114 guardas e viaturas em patrulhamento na região central.
Impactos na comunidade
A nova realidade que moradores e comerciantes têm enfrentado no centro de Campinas levanta questões sobre a segurança pública e o papel das autoridades em garantir a proteção da população. Para muitos, o fechamento mais cedo das lojas não é apenas uma questão de conveniência, mas uma necessidade para evitar possíveis confrontos com criminosos. A indignação e o medo pairam sobre a região, exigindo uma resposta efetiva e sustentável das autoridades.
A insegurança no centro de Campinas não deve ser ignorada. É crucial que tanto a população quanto as autoridades trabalhem juntas para restabelecer um ambiente seguro, onde moradores possam viver e comerciantes possam operar sem receios. As histórias de crimes e as experiências compartilhadas nos lembram que, além de estatísticas, existem vidas e famílias que merecem proteção e tranquilidade.
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