O consumo de bebidas destiladas com maior teor alcoólico, como vodka, uísque, cachaça e gim, teve uma queda de 31% na comparação com a mesma semana do ano passado, segundo dados da Varejo360. A redução ocorreu entre os dias 28 de setembro e 4 de outubro, após a divulgação de casos de intoxicação por metanol no estado.
Crise do metanol impacta vendas de destilados em São Paulo
O movimento de retração acompanha a crise de contaminação de bebidas alcoólicas com metanol, que vem sendo dramatizada pelo aumento de casos de intoxicação e óbitos registrados na mídia. Durante a semana passada, operações policiais resultaram no fechamento de unidades produtoras de conteúdo adulterado no estado.
Na categoria específica de vodca, a redução nas compras atingiu 38% na mesma comparação. Segundo Fernando Faro, diretor de operação da empresa que analisa o comportamento do consumidor, a crise é o principal fator por trás dessa queda.
Influência do clima e outros fatores de consumo
Faro destaca ainda que o clima também influencia o consumo de bebidas alcoólicas. “Com o frio mais intenso neste ano, o consumo de vinho aumentou entre julho e agosto, enquanto a venda de cerveja desacelerou devido à baixa temperatura”, afirmou. No último levantamento, a cerveja apresentou uma retração de 16,2%, também refletindo o impacto do clima frio.
Reações do setor e perspectivas futuras
O setor de bebidas destiladas tem evitado comentar oficialmente sobre a crise de metanol, temendo prejuízos à imagem do mercado. Enquanto isso, a Abrasel, associação que reúne bares e restaurantes, revelou que a confiança dos consumidores permanece estável, com apenas 26% dos estabelecimentos consultados relatando queda no faturamento no último fim de semana.
Para Faro, a tendência de queda deve continuar enquanto a crise persistir, mas há sinais de estabilização. “Os consumidores estão mais cautelosos e evitando bebidas destiladas devido ao medo de contaminação”, afirmou.
Impactos na saúde e ações policiais
A crise de intoxicação por metanol levou à ação rápida de órgãos de segurança, que realizaram operações de fiscalização e fechamento de locais envolvidos na produção ilegal de bebidas adulteradas. Até o momento, dezenas de unidades foram fechadas, mas o impacto na circulação e nas vendas de destilados permanece forte.
A expectativa é de que a situação se estabilize conforme as ações de combate e fiscalização evoluam, mas o setor ainda enfrenta dificuldades de recuperação no curto prazo.
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