A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) iniciou uma investigação sobre o atendimento no Hospital Santos Silva, em Gaia, Portugal, após o caso do bebê Levi, filho do brasileiro Frederico Fernandes, que bateu com a cabeça no chão ao nascer sem receber assistência adequada.
Negligência no atendimento a bebê Levi em hospital de Gaia
Frederico Fernandes denunciou que, ao chegar ao hospital com sua esposa Fernanda na última sábado, Levi bateu a cabeça no chão na recepção, sem que houvesse assistência médica emergencial. Segundo o pai, a equipe de atendimento ignorou a situação de risco, improvisando a assistência e deixando o bebê por mais um dia internado para observação.
Primeiros momentos e falhas no procedimento
De acordo com Frederico, houve despreparo na recepção, com a equipe ignorando os sinais de emergência, além de zombar de Fernanda por estar sentindo dores de parto. O casal, que reside legalmente em Portugal desde 2021, relatou que o parto ocorreu no chão da recepção, sem assistência médica adequada, devido à dificuldade no atendimento administrativo e na triagem.
A criança passou por exames de tomografia e análises de sangue, que comprovaram que Levi não sofreu hemorragia ou outros danos internos. A família informou que os exames de acompanhamento estão positivos até o momento.
Procedimentos e recursos no sistema de saúde português
O hospital emitiu um comunicado afirmando que foi realizado um CTG (Cardiotocografia) que indicou que a gestante não estava em fase ativa de trabalho de parto. A direção garantiu que os protocolos de atendimento a emergências obstétricas estão sendo revisados, após o episódio que chocou a família e mobilizou a sociedade local.
Questões de xenofobia, burocracia e estrutura
Frederico Fernandes afirmou que a situação revela problemas de xenofobia, burocracia e despreparo no sistema de saúde português. Segundo ele, sua esposa Fernanda foi desrespeitada na recepção, e a atuação dos profissionais de saúde deixou a desejar em momentos críticos. Para o pai, o episódio é parte de uma crise maior que afeta o atendimento às gestantes, especialmente nos fins de semana, quando parte das unidades de saúde estão fechadas.
Ele também contou que o caso gerou uma denúncia formal à IGAS e à Ordem dos Médicos, além de uma queixa contra o hospital por violação dos protocolos de emergência. A família aguarda que o episódio gere melhorias nos procedimentos de atendimento na rede pública de saúde portuguesa.
Cenário da saúde materno-infantil em Portugal
Este ano, foram registrados 60 nascimentos em ambulâncias no país, refletindo a crise estrutural do Sistema Nacional de Saúde, com falta de mão de obra e unidades fechadas aos finais de semana. O episódio do bebê Levi evidencia os desafios enfrentados pelo sistema no que se refere ao atendimento de urgências obstétricas.
O hospital garantiu que realizou exames rápidos e que o quadro da gestante não apresentava sinais de risco imediato, prometendo revisar seus protocolos para evitar novos incidentes similares.
Enquanto isso, Frederico Fernandes busca conscientizar as autoridades portuguesas sobre a necessidade de melhorias no atendimento às emergências obstétricas, especialmente na recepção, que segundo ele, foi o ponto crítico do episódio. Fonte: Portugal Giro