Brasil, 7 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Alta na demanda por latas de alumínio impulsiona reciclagem no Brasil

A crescente preferência por embalagens sustentáveis aumenta o consumo de latinhas de alumínio, mesmo diante da escassez de sucata no país

O Brasil, líder mundial em reciclagem de latas de alumínio, enfrenta uma escassez de sucata devido ao aumento global na demanda por materiais reciclados. Essa tendência reflete a mudança dos consumidores em direção a embalagens mais sustentáveis para bebidas de diversos tipos, além das tradicionais cervejas e refrigerantes.

Mercado de embalagens e a expansão do alumínio no Brasil

Dados da Associação Brasileira de Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas) mostram um crescimento de 12% nas vendas de latinhas no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Segundo Alfredo Veiga, vice-presidente de Metal da Novelis América do Sul, a demanda elevada tem levado o setor a importar sucata para atender à necessidade, apesar do alto índice de reciclagem do país.

Segundo Patrícia Farias de Souza, bióloga marinha do projeto Lagoa Viva, essa mudança de hábitos reforça o papel das latas como embalagem mais circular e sustentável, pois podem ser recicladas infinitamente sem perda de qualidade. “A latinha de alumínio é considerada o material mais circular do mercado, o que significa que uma mesma lata pode retornar às prateleiras em poucas semanas após a reciclagem”, afirma.

Por que o alumínio é considerado o material mais circular?

Reciclagem eficiente e impacto ambiental

De acordo com dados da International Aluminium, a energia necessária para a produção de alumínio reciclado é cerca de 95,5% menor do que a do alumínio primário. Essa economia é fundamental para reduzir a pegada de carbono do setor, que enfrenta desafios na extração da bauxita e na produção inicial devido ao alto consumo de energia e aos impactos ambientais associados.

Patrícia explica que, diferentemente do plástico, que sofre degradação a cada ciclo de reciclagem, o alumínio mantém suas propriedades, possibilitando o reaproveitamento infinito. “Isso torna o alumínio a melhor escolha para uma economia circular,” destaca.

Movimento mundial e liderança brasileira

Globalmente, empresas têm adotado latas de alumínio para diversas bebidas devido às metas de sustentabilidade. O Brasil, por sua vez, destaca-se por sua eficiente estrutura de reciclagem e forte consciência ambiental entre consumidores e cooperativas.

A participação do país na redução de emissões do Acordo de Paris também é significativa. Em novembro de 2024, o Brasil apresentou à ONU uma nova meta climática, em que pretende reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, em relação a 2005.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar do sucesso na reciclagem, a cadeia de produção do alumínio enfrenta desafios, principalmente na etapa de extração da bauxita e na produção inicial, que demandam alta quantidade de energia e podem causar impactos ambientais relevantes.

O aumento nas vendas de latinhas e a busca por práticas mais sustentáveis indicam que essa tendência deve se consolidar, contribuindo para a economia circular e para os esforços globais de combate às mudanças climáticas.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes