Brasil, 7 de outubro de 2025
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Ministro da Justiça fala sobre ligação da crise de metanol com crime organizado

O ministro Ricardo Lewandowski revela que a Polícia Federal investiga possíveis ligações entre adulteração de bebidas com metanol e o crime organizado.

No último dia 8 de outubro, durante uma coletiva de imprensa, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, abordou a grave situação da adulteração de bebidas alcoólicas com metanol no Brasil. O ministro destacou que a Polícia Federal (PF) mantém em aberto a hipótese de que essa crise pode estar interligada ao crime organizado, especialmente após uma recente megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Investigação da Polícia Federal

Durante a reunião com representantes da indústria de bebidas e associações de combate à falsificação, Lewandowski explicou que a PF está dividindo as investigações em diferentes linhas, dependendo da origem do metanol. “Se a origem do metanol for de um produto vegetal, seguimos uma linha de investigação. Se for de um produto fóssil, adotamos outra linha”, detalhou o ministro, reafirmando que todas as possibilidades estão sendo consideradas. “Nós não descartamos absolutamente nenhuma hipótese”, completou.

Possíveis conexões com o crime organizado

O ministro alertou para a possibilidade de que a adulteração de bebidas pode ser uma prática ligada a ações do crime organizado, principalmente caso se confirme que o metanol tem origem em produtos fósseis. Isso ocorre em um contexto de maior vigilância sobre as atividades do PCC, que, segundo Lewandowski, pode estar infiltrado na adulteração de combustíveis, o que despertou a atenção da PF neste caso.

Embora a crise pareça concentrada em São Paulo, Lewandowski afirmou que a atuação da PF não se limita a este estado, ressaltando a importância do trabalho conjunto com a Polícia Civil paulista e outras forças de segurança locais. Em contrapartida, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, contradisse essa visão, negando qualquer envolvimento de organizações criminosas na crise de metanol.

Medidas e criação de comitê interministerial

A fim de enfrentar essa situação alarmante, Lewandowski anunciou a formação de um comitê interministerial. “Trata-se de uma crise de saúde pública, de certa maneira inusitada, pois as pessoas estão sendo afetadas por um produto cuja toxicidade e efeitos nocivos à saúde humana ainda não eram amplamente conhecidos”, afirmou o ministro.

Os números são assustadores: em média, o Brasil registrou 20 casos anuais de intoxicação por metanol até agora, mas a recente onda de intoxicações elevou a preocupação das autoridades. “[A criação do comitê] possibilitará a troca de informações, o compartilhamento de boas práticas e o anúncio de providências adotadas tanto pelo setor público quanto pelo privado”, destacou.

Busca por soluções rápidas

Além das investigações, Lewandowski enfatizou a importância do papel da ciência e tecnologia no rastreamento de distribuidores ilegais. Ele mencionou que a Polícia Científica está disponível para identificar a origem do metanol, permitindo assim uma ação mais eficaz contra os responsáveis por essas adulterações. “A partir dessa identificação, poderemos rastrear os distribuidores ilegais e, eventualmente, responsabilizar aqueles que cometeram ou contribuíram para a prática dos crimes”, concluiu.

Diante desse cenário, profissionais da saúde e segurança pública se mobilizam para enfrentar essa crise, que, segundo especialistas, pode ter impactos duradouros na percepção pública sobre a segurança das bebidas consumidas no Brasil.

O acompanhamento da situação pela sociedade e pela imprensa é fundamental para garantir que as medidas necessárias sejam efetivas e que a segurança do consumidor seja priorizada. A luta contra a adulteração de bebidas representa um desafio significativo que requer a colaboração entre diferentes esferas do governo e da sociedade civil.

O Brasil aguarda ansiosamente os desdobramentos das investigações e as novas medidas que podem ser tomadas para mitigar essa crise que ameaça a saúde pública e a segurança do consumidor.

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