O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou a Donald Trump, em conversa por telefone na manhã de segunda-feira, que seu melhor relacionamento diplomático com um presidente dos Estados Unidos foi com George W. Bush, também republicano. A ligação, que permaneceu sigilosa por uma semana, foi uma estratégia de Lula para apresentar uma postura amistosa diante do atual cenário bilateral.
Histórico de boas relações com Bush e alinhamentos políticos
Em dezembro de 2002, Lula visitou Bush no Salão Oval da Casa Branca, antes mesmo de assumir oficialmente a presidência, e desde então manteve contato próximo com o republicano. Os encontros se repetiram ao longo dos anos, incluindo uma visita a Camp David em 2007, onde Lula foi o primeiro latino a ser recebido na residência de veraneio do então presidente norte-americano.
Apesar das diferenças ideológicas, Lula apreciava o estilo de Bush, embora tenha discordado publicamente dele na questão da Guerra do Iraque, considerando o conflito uma estratégia equivocada dos EUA. Segundo interlocutores do petista, as divergisções não prejudicaram a relação pessoal com Bush, marcada por uma certa afinidade de estilos de trabalho.
A estratégia de Lula para a negociação com Trump e o cenário atual
Auxiliares de Lula avaliam que a conversa com Trump busca, além de tratar de questões comerciais e políticas, fortalecer aspectos pessoais. Dentro desse contexto, Lula fez gestos para tentar cativar o líder americano, que atualmente faz negócios e negocia questões institucionais com base em simpatias pessoais.
Durante os 30 minutos de diálogo, Lula iniciou citando o discurso de Trump na ONU, onde o americano falou sobre a “boa química” entre eles, o que ajudou a quebrar o gelo. O tom amistoso prevaleceu, com elogios mútuos. Lula revelou que completaria 80 anos em outubro, alguns meses mais velho que Trump, que fará 80 anos em junho, e ambos brincaram sobre a juventude de suas idades.
Posicionamento de Lula sobre sanções e relações com os EUA
Ao pedir o fim das sanções americanas, incluindo a suspensão de vistos e penalidades da Lei Magnitsky, Lula optou por não citar nomes específicos. Segundo assessores, o mandatário não mencionou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, nem o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo julgamento foi motivo de tensões entre Brasil e Estados Unidos.
O apoio de Lula a antigos aliados, como Barack Obama, também foi ressaltado por seus auxiliares, lembrando a frase do então presidente dos EUA em 2009, que chamou Lula de “o cara”. A postura de Lula busca fortalecer uma imagem de diálogo construtivo com os Estados Unidos, mesmo com tensões ocasionais por divergências políticas.
Segundo fontes próximas, o governo brasileiro continuará a buscar aproximações diplomáticas estratégicas, com gestos que possam melhorar o clima de relações bilaterais e abrir espaço para acordos comerciais no futuro próximo.
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