O Paris Saint-Germain, conhecido por seu elenco repleto de estrelas como Messi, Neymar e Mbappé, não conseguiu conquistar a cobiçada Champions League durante o período de 2020 a 2022. Em entrevista ao Charla Podcast, o ex-jogador do PSG, Rafinha, compartilhou sua visão sobre a situação, abordando os desafios que o clube enfrentou nessa fase do futebol europeu.
O dilema das estrelas
Rafinha, que vestiu a camisa do PSG por dois anos, apontou que o principal problema do clube durante aqueles anos não foram conflitos internos, mas sim a dificuldade em administrar um grupo de jogadores tão talentosos. Para ele, o fato de reunir um grande número de estrelas tornou extremamente desafiador para o técnico fazer escolhas em relação às escalações e ao banco de reservas.
Diferente do que muitos poderiam imaginar, a questão não estava nas personalidades dos jogadores, mas sim na complexidade de gerir um elenco cheio de estrelas. “Pré-temporada, primeiro treino, eu falei: ‘é impossível que dê certo’. Começa no gol: Keylor Navas ou Donnarumma. Quem não jogar fica put*. Vai ter briga, discussão com o treinador”, disse Rafinha, ao discutir a difícil dinâmica do time.
Problemas de gestão técnica
O ex-jogador reforçou que havia muitos talentos disputando posições, o que tornava o gerenciamento da equipe uma tarefa complicada. A defesa, por exemplo, contava com figuras como Marquinhos, Kimpembe e Sergio Ramos, enquanto o ataque era igualmente estelar, com Di María, Neymar, Mbappé e Messi. Essa riqueza de opções, embora seja um sonho para muitos clubes, acabou se tornando um verdadeiro dilema para os treinadores.
“Quem tu tira? Di María, por peso, e mesmo assim não é um jogador que dá para tirar. Não tem como dar certo. Para um treinador é impossível”, destacou Rafinha, ressaltando que a qualidade técnica do elenco não se traduziu em sucesso em campo.
Técnicos à frente do desafio
Durante o tempo em que Rafinha jogou no PSG, o clube passou por duas mudanças de comando. O primeiro técnico, Maurício Pochettino, tentou unificar as estrelas, mas enfrentou sua própria série de desafios e foi demitido mesmo após conquistar a Ligue 1, a Copa da França e a Supercopa da França. Depois dele, Christoph Galtier assumiu o comando, mas também não teve sucesso, conseguindo apenas a Ligue 1 e sendo eliminado nas oitavas de finais da Champions League no ano seguinte.
A falta de sintonia e o sonho de conquistas
Embora a equipe tivesse um potencial enorme, a falta de sintonia entre as estrelas e a dificuldade em criar um ambiente de coesão dentro de campo refletiram diretamente nas atuações em competições internacionais. Albergar jogadores tão renomados e habilidosos em um mesmo elenco exigia uma gestão excepcional, algo que, segundo Rafinha, não foi conseguido.
Assim, o periodo de Rafinha no PSG serve como um exemplo clássico de que ter os melhores jogadores não garante automaticamente o sucesso. A dinâmica do futebol vai muito além de apenas reunir talentos. É preciso haver uma harmonia entre a equipe, uma clara definição de papéis, e um treinador capaz de conduzir esse conjunto a um propósito comum.
Os fãs do PSG ainda sonham com conquistas na Champions League, e a experiência de Rafinha traz à tona uma reflexão importante sobre o papel da administração na construção de uma equipe vencedora. O desafio será encontrar o equilíbrio entre estrelas e jogo coletivo, algo que, até o momento, parece ter escapado ao clube parisiense mesmo com um elenco de ponta.