José de Paiva Netto, um nome emblemático no campo da educação e assistência social no Brasil, faleceu aos 84 anos no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (7). A informação foi divulgada pela Legião da Boa Vontade (LBV), organização da qual ele era presidente. Paiva Netto estava internado no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, e a causa de sua morte foi falência múltipla dos órgãos.
A homenagem ao educador
De acordo com a LBV, as homenagens a José de Paiva Netto acontecerão na próxima quarta-feira (8), em São Paulo, durante uma cerimônia aberta ao público, cujo local ainda será definido. Espera-se que amigos, admiradores e representantes da comunidade se reúnam para celebrar a vida e o legado do educador.
Trajetória na Legião da Boa Vontade
Paiva Netto nasceu em 2 de março de 1941 e, ao longo de sua vida, destacou-se por suas contribuições à LBV, que se consolidou como um dos maiores movimentos humanitários do mundo sob sua liderança. Generoso em sua visão de um futuro melhor, ele desenvolveu projetos voltados para assistência social, educação e comunicação, direcionados especialmente a pessoas em situação vulnerável.
Uma de suas maiores inovações educacionais foi a proposta da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico. Essas abordagens buscavam unir valores espirituais com a formação cidadã, enfatizando a importância de integrar razão e sentimento no processo de aprendizagem. Essas metodologias se mostraram eficazes na construção de um ensino mais humano e inclusivo.
A relação com a ONU
Durante sua gestão, a LBV ganhou destaque internacional, estabelecendo uma relação consultiva com a Organização das Nações Unidas (ONU), onde Paiva Netto esteve envolvido por mais de 30 anos. Em 2000, ele fundou o Fórum Mundial Espírito e Ciência, um projeto que visava aproximar saberes científicos e tradições espirituais, promovendo diálogos sobre temas relevantes para a humanidade.
Legado literário e condecorações
Além de seu papel como educador e ativista social, Paiva Netto também foi um prolífico autor. Ele escreveu diversas obras que foram traduzidas para mais de 25 idiomas e publicadas em braile, alcançando a impressionante marca de mais de 10 milhões de exemplares vendidos. A profundidade de suas reflexões sobre o Evangelho-Apocalipse ressoou amplamente, e ele foi um colaborador regular de importantes veículos de comunicação, como a Folha de S.Paulo e a revista Manchete.
Seu compromisso com a justiça social e a educação foi reconhecido por várias instituições, resultando em várias condecorações, como a Medalha do 1º Centenário da Academia Brasileira de Letras, a Ordem do Rio Branco e a Medalha do Pacificador, concedida pelo Exército Brasileiro. Esses prêmios são um testemunho de sua dedicação e impacto positivo na sociedade.
Vida pessoal e legado familiar
José de Paiva Netto deixa um legado não apenas no âmbito social e educacional, mas também em sua vida familiar. Ele é sobrevivido pela esposa, Lucimara Augusta, e pelos filhos Franklin (já falecido), Pedro, José Eduardo, Iraci, Tatiana, Alziro e Emmanuel Adolfo, além de netos e bisneto. Sua família e os muitos beneficiados por seus projetos sentirão sua falta, mas certamente continuarão a honrar seu legado.
O povo brasileiro perdeu um dos seus grandes defensores da justiça social e da educação, mas o impacto de sua vida e obra continuará, inspirando futuras gerações. As homenagens programadas para a próxima quarta-feira são uma oportunidade para que todos possam celebrar sua rica contribuição à sociedade.