O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7/10) que as tarifas unilaterais de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros nos últimos dois meses têm mais prejudicado do que beneficiado o país norte-americano. As declarações foram dadas durante entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”.
Impacto das tarifas nos Estados Unidos
De acordo com Haddad, a população norte-americana vem percebendo que as tarifas, com o objetivo de reduzir o déficit comercial com o Brasil, têm causado efeitos contrários. “Eles estão notando de dois meses para cá que as medidas mais prejudicaram do que favoreceram os Estados Unidos”, afirmou o ministro. Haddad destacou que o próprio governo dos EUA reconhece que as tarifas estão causando dificuldades ao invés de ajudar o país.
Reações do governo brasileiro e negociações bilaterais
As sanções comerciais, implementadas inicialmente para combater o déficit na balança comercial dos EUA, já fazem parte de uma política considerada imperialista por especialistas, que avaliam a medida como uma retaliação injustificada ao Brasil. O governo brasileiro tem buscado reverter as tarifas por meio de negociações diretas, iniciadas na segunda-feira (6/10), com um telefonema entre Lula e Donald Trump. Durante a conversa, Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 40% sobre exportações brasileiras, além de outras sanções contra autoridades nacionais.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, a conversa foi amistosa e durou cerca de 30 minutos, incluindo a troca de contatos telefônicos entre os líderes. Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar seguimento às negociações com o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro Fernando Haddad.
Contexto das tarifas e críticas internacionais
As tarifas impostas pelos Estados Unidos têm como justificativa a redução do déficit comercial, embora, na prática, os EUA sejam superavitários na balança com o Brasil, vendendo mais do que compram. A política tarifária de Trump, iniciada com tarifas de 25% sobre aço e alumínio em fevereiro e ampliada para 50% em abril, é vista por analistas como uma estratégia de luta imperialista. A intenção do Brasil é reverter essas medidas e fortalecer as exportações brasileiras ao mercado norte-americano.
Perspectivas futuras
Com as negociações em andamento, há expectativa de que novas medidas possam ser negociadas. O governo brasileiro aposta na retomada do diálogo para diminuir os impactos das tarifas e ampliar os negócios bilaterais, buscando fortalecer a relação comercial com os Estados Unidos.
Fontes: Metropoles.