Lula e Trump discutem uma possível saída do tarifão e retomada de negociações

Nesta quarta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizaram uma conversa por telefone que marcou o passo mais concreto na tentativa de reverter o tariffão de 40% sobre produtos brasileiros, divulgado há quase três meses. A ligação, avaliada como produtiva por ambos os lados, abriu caminho para a possibilidade de um encontro presencial nas próximas semanas.

Requerimentos de Lula e melhorias nas relações comerciais

Durante o telefonema, Lula pediu a Trump a revogação da sobretaxa de 40% e o fim das sanções contra autoridades brasileiras, como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Segundo o Palácio do Planalto, presente na nota divulgada após a conversa, os líderes relembraram a boa química que tiveram na reunião de Nova York (EUA), reforçando o desejo de fortalecer as relações entre os dois países.

Apesar da menção às “medidas restritivas”, o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi citado. A sobretaxa, anunciada pelo governo americano em julho, foi justificada por Donald Trump como uma resposta a alegações de perseguição judicial ao seu antigo rival político, que Lula já critíca há meses.

Perspectivas e próximos passos

Trump descreveu a conversa como “muito boa”, e destacou que os EUA e Brasil “vão se entender muito bem juntos” e “começar a fazer negócios”. Ele também afirmou que a equipe americana vai discutir internamente uma possível negociação com o Brasil, com o secretário de Estado, Marco Rubio, conversando com a equipe brasileira sem preconceitos, conforme explicou Lula.

Para o governo brasileiro, o objetivo agora é viabilizar um encontro presencial entre os mandatários, possivelmente na Malásia, durante a cúpula da ASEAN, no final do mês. Lula, por sua vez, também convidou Trump para participar da Conferência do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém no próximo mês.

Impacto na economia e na balança comercial

Segundo dados oficiais, o Brasil registrou um superávit de US$ 2,99 bilhões na balança comercial em setembro, embora o saldo tenha caído 41% em relação ao mesmo período do ano passado. A retomada das negociações é vista como essencial para melhorar os números, além de abrir caminho para um entendimento sobre a isenção de tarifas em produtos estratégicos, como minerais críticos utilizados na transição energética.

O mundo empresarial, representado por líderes e instituições, acompanha com otimismo os progressos diplomáticos. O ministro Fernando Haddad manifestou esperança de que as discussões possam avançar positivamente e que a tensão gerada pelo tarifaço seja superada.

Conexões diplomáticas e próximos passos

O Ministério das Relações Exteriores trabalha para confirmar o encontro na Ásia, além de manter o diálogo aberto com os EUA. A expectativa é que, em breve, ambos os governos detalhem seus próximos passos para resolver a crise tarifária e fortalecer as relações econômicas.