Brasil, 7 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Fazenda aposta em legumes esquecidos e orgânicos na região de Morungaba

Proprietário troca o mundo corporativo por agricultura sustentável, cultivando variedades exóticas e desconhecidas no interior de São Paulo

Localizada em Morungaba, a Fazenda Santa Adelaide, na região de Campinas, decidiu inovar ao focar no cultivo de legumes “esquecidos” e orgânicos. Em sua horta de 30 hectares, o ex-publicitário francês David Ralitera produz semanalmente 1,5 tonelada de diferentes variedades, entre elas cenoura roxa, abobrinha amarela, batata-doce laranja e couve-flor roxa.

Legumes raros e o modelo de agricultura sustentável

Ralitera explica que sua proposta é diversificar a produção com ingredientes pouco comuns, muitas vezes difíceis de encontrar sementes, cultivando-os de forma sustentável e com manejo específico. Segundo ele, essa estratégia permite oferecer itens de maior valor no mercado, atendendo a clientes que buscam produtos exóticos e de alta qualidade.

“Tenho pesquisa constante em plataformas globais de sementes para descobrir variedades que deixaram de ser cultivadas ou têm poucos produtores”, relata. “Além de oferecer alimentos mais nutritivos, busco ensinar às minhas filhas os valores do método farm to table, ou seja, da fazenda para a mesa.”

Mercado, desafios e a expansão da agricultura orgânica

Dados do Instituto Brasil Orgânico indicam que mais de 25 mil propriedades rurais no Brasil possuem produção orgânica, um aumento de 150% desde 2013. No entanto, essa área representa apenas 1,28% do total de terras agrícolas do país, segundo pesquisa conjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade de Tecnologia Federal do Paraná.

Ralitera ressalta que, apesar do aumento na demanda por produtos sustentáveis, o mercado de orgânicos ainda enfrenta desafios relacionados à sazonalidade, altos custos logísticos e o volume limitado de produção. “Hoje, concentro minha produção em apenas dez tipos de legumes por mês para garantir qualidade, volume e rentabilidade”, afirma. “Isso também me obriga a vender em pontos tradicionais como a Ceasa, com preços similares aos legumes convencionais.”

Transformação e crescimento do negócio orgânico

O francês iniciou seu projeto ao transformar um hobby em negócio após receber a rescisão de um antigo emprego em 2012. Desde então, a fazenda cresceu, passando a abastecer supermercados, restaurantes de chefs renomados, plataformas de e-commerce e feiras de orgânicos.

Segundo Ralitera, a sua experiência remonta às dificuldades iniciais de um mercado ainda imaturo. “Passei a produzir geleias, conservas e legumes desidratados para diversificar”, explica. Para ampliar ainda mais a renda, ele planeja reservar parte da fazenda para rotatividade de culturas, com soja, feijão e crotalária, para fortalecer o solo e abastecer o mercado de grãos orgânicos.

Engajamento social e educação ambiental

Outra atividade que motiva Ralitera é abrir a fazenda para alunos da rede municipal de Morungaba, por meio do projeto “Um dia na fazenda”. A iniciativa busca ensinar boas práticas agrícolas e estimular o consumo de alimentos naturais, coloridos e saudáveis, sobretudo entre crianças de 5 a 8 anos.

“Os lanche deles na fazenda é sempre uma cenoura e uma banana orgânicas. A ideia é ensinar desde cedo os benefícios de uma alimentação mais natural e diversa”, conclui.

Mais informações sobre o mercado de legumes exóticos e experiências sustentáveis podem ser acessadas em esta matéria.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes