O clima na política brasileira está em constante ebulição, especialmente entre as lideranças da direita. Recentemente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conhecido por suas declarações polêmicas, adotou uma postura mais discreta. Após semanas de intensos ataques a aliados do próprio campo político nas redes sociais, Eduardo se calou, e seus aliados acreditam que o principal fator para essa mudança é o processo que enfrenta no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Uma análise do silêncio de Eduardo Bolsonaro
Conforme explicam seus aliados, a mudança de comportamento de Eduardo não é surpreendente. Todo deputado que corre o risco de punição tende a falar menos como uma forma de se preservar. Um membro do Centrão, que prefere não ser identificado, comentou: “O Conselho de Ética é a criptonita do deputado. Faz qualquer um ficar quieto.”
O conselho se reunirá na próxima quarta-feira (8) para a leitura do relatório e do voto do relator, Delegado Marcelo Freitas (MG), do União Brasil. A partir desse momento, prazos começarão a ser contados, e a discussão sobre o caso pode culminar em uma votação sobre a cassação no plenário da Câmara.
Entenda o contexto do processo
O processo contra Eduardo Bolsonaro começou com uma representação do PT, que alegou quebra de decoro em razão de uma campanha que ele promoveu contra o Supremo Tribunal Federal (STF) nos Estados Unidos. Esse movimento resultou na imposição de tarifas sobre produtos brasileiros pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
Alternativas para evitar a cassação
Na busca por alternativas para evitar a cassação de seu mandato, Eduardo Bolsonaro e seus aliados trabalharam em um plano. Eles pretendem conseguir uma suspensão do processo que seja aprovada em plenário e, ao mesmo tempo, aproveitar brechas do regimento para estender o processo por até 90 dias. Essa estratégia visa ganhar tempo e preservar seu mandato.
Os desafios de Eduardo dentro do Centrão
Independentemente das estratégias, Eduardo Bolsonaro precisará do apoio do Centrão, um bloco que inclui figuras como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Recentemente, Eduardo trocou ataques com Valdemar em público, o que gerou tensões internas. Enquanto isso, Ciro Nogueira tem buscado se aproximar de Eduardo como uma medida de contenção e solidariedade.
Eduardo também continuou a criticar publicamente algumas figuras políticas, como o governador Tarcísio de Freitas, sempre lembrado como um potencial candidato à presidência em 2026, além da senadora Tereza Cristina (PP-MS).
Expectativas futuras
Com o cenário político em constante mudança, há uma expectativa crescente entre os aliados de Eduardo sobre a sua capacidade de permanecer em silêncio e evitar mais desgastes. A esperança é que essa postura possa, de fato, ajudá-lo a escapar das consequências imediatas de seu comportamento.
Ainda é incerto qual será o desdobramento desse processo e como Eduardo se posicionará nos próximos dias. Mas, por enquanto, o silêncio parece ser a sua melhor arma na busca por manter seu espaço na política brasileira.