Brasil, 7 de outubro de 2025
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Diplomacia brasileira avançada busca reverter tensões com os EUA

Diálogo pragmático e alianças comerciais podem aliviar a crise bilateral entre Brasil e Estados Unidos

A diplomacia brasileira tem conseguido avançar na tentativa de diminuir as tensões com os Estados Unidos, mesmo diante de conflitos recentes envolvendo tarifas e discursos políticos inflamados. Uma conversa à distância, com clima sereno e palavras construtivas, ocorreu ontem, com a possibilidade de um encontro em Kuala Lumpur, na Malásia, para consolidar a retomada do diálogo bilateral.

Reunião sustentável e diálogo estratégico

A expectativa de um encontro presencial foi evitada inicialmente para prevenir possíveis desencontros e desconfortos, preferindo-se uma troca diplomática em terreno neutro. Segundo fontes do governo brasileiro, a conversa foi marcada por um clima de cooperação e foco na economia e no comércio, ao contrário da hostilidade que predominou anteriormente.

Impacto nas relações comerciais e econômicas

Os efeitos negativos das tarifas americanas já estão sendo sentidos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O comércio bilateral encolheu, e produtos como carne, café e laranja tiveram seus preços elevados devido às medidas tarifárias. Analistas destacam que os Estados Unidos têm pouco a ganhar impondo tarifas elevadas ao Brasil. Segundo dados do setor, há uma pressão crescente por parte do empresariado americano que investe no Brasil, especialmente em setores tradicionais e relevantes para a economia nacional.

De acordo com o professor Leonardo Trevisan, da ESPM e PUC-SP, as tarifas prejudicaram interesses de empresas que atuam na relação bilateral há décadas, agravando os custos em setores como o de alimentos e bebidas. Ainda assim, tanto o governo brasileiro quanto a administração de Donald Trump optaram por focalizar a conversa na economia, evitando temas políticos complexos.

Perspectivas de retomada do diálogo

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, foi um dos interlocutores escolhidos pelo governo americano. Essa indicação gerou dúvidas no Brasil, pois Rubio é conhecido por sua postura hostil com relação à América Latina. Para especialistas, essa escolha foi considerada uma “decepção” por reforçar uma visão política mais agressiva dos EUA.

No entanto, análises apontam que há espaço para uma negociação mais técnica, com interlocutores como o secretário do Tesouro, Scott Bessent, que poderiam aprimorar o diálogo econômico e comercial. Segundo o professor Leonardo Paz Neves, da FGV, o envolvimento de Rubio revela o viés político na condução das negociações, mas não impede uma aproximação pragmática.

Pressões internas e influências empresariais

O contexto de relações mais racionalizadas também é explicado pelo apoio do empresariado americano, que investe no Brasil há mais de um século. Segundo o professor Leonardo Trevisan, as empresas e as mais de seis mil envolvidas no comércio bilateral exercem pressão para que as tarifas sejam revistas, minimizando custos e impactos sobre o setor produtivo.

Economistas destacam que a redução das tarifas e a melhora no clima político podem reduzir significativamente os riscos para a economia brasileira, refletindo na queda do dólar e na valorização do real, além de abrir espaços para avanços diplomáticos nacionais.

Expectativas para os próximos passos

O presidente Donald Trump afirmou que há possibilidades de um encontro entre ele e Lula, no Brasil ou nos Estados Unidos, o que sinaliza uma abertura maior para a resolução do conflito. A expectativa é de que esses encontros possam consolidar um caminho de recuperação da relação bilateral, marcada por interesses comuns e parcerias de longo prazo.

O momento atual é visto por analistas como uma oportunidade de restabelecer uma relação mais equilibrada, baseada em diálogo, sobretudo após a mudança na narrativa dos EUA, que deixou de apoiar majoritariamente a visão de Bolsonaro, de acordo com fontes diplomáticas americanas.

O mercado financeiro também reagiu positivamente ao entendimento de que os riscos para a economia brasileira estão diminuindo, refletindo na queda do dólar e na expectativa de retomada das negociações comerciais.

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