As rivalidades e tensões nas relações entre a diretoria do Flamengo emergem com a criação de uma liga de futebol, um projeto que, no passado, parecia promissor nas mãos do ex-presidenta Rodolfo Landim e de Luiz Eduardo Baptista, o Bap. A recente mudança de posicionamento de Landim, agora crítico de uma nova divisão de receitas, pode estar acentuando a crise nas relações e aprofundando rixas com outros clubes.
O cenário político do futebol brasileiro
Em 2021, quando a nova Lei do Mandante foi aprovada, o cenário futebolístico brasileiro era dominado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), enquanto os clubes, incluindo o Flamengo, se sentiam enfraquecidos. A intenção da diretoria rubro-negra era buscar mais autonomia para os clubes e melhorar a valorização das partidas. Na época, um consenso foi formado entre Bap e Landim sobre como a nova regra beneficiaria o Flamengo, especialmente pela potencial aumento na arrecadação dos clubes menos expressivos.
A nova Lei do Mandante e seus efeitos
A mudança na legislação permitiu que o Flamengo controlasse apenas 38 jogos do Brasileiro, enquanto o novo contrato proposto daria times menores a metade do poder sobre as partidas grandes. Isso despertou preocupações quanto à divisão de receitas do pay-per-view entre os clubes, uma discussão controversa que continua em pauta.
A diretoria temia que com a nova configuração, os torcedores precisariam assinar pacotes de diferentes clubes para assistir a todos os jogos do Flamengo, o que poderia resultar em uma ausência de receita significativa para o clube carioca. As expectativas de aumento de receita com a nova liga, portanto, passaram a ser questionadas.
Divisão de receitas e tensões entre os clubes
Com a aprovação da Liga em 2024, um novo modelo de divisão de receitas foi introduzido: 40% igualitário, 30% baseado em desempenho e 30% com base na audiência. Entretanto, a audiência das partidas em que o Flamengo é visitante passa a ser uma preocupação, já que a divisão favorece os clubes rivais do bloco a que pertence o Flamengo. Nesse cenário, a divisão de receitas se torna um ponto crítico de atrito.
Bap defendia que a audiência deveria refletir a torcida do Flamengo, posicionando-se contra Landim, que seguiu as diretrizes da Liga e da Lei do Mandante. As divergências acabaram por criar um ambiente de incertezas e desconfiança, unindo mais os demais clubes da Série A em oposição ao Flamengo.
A união dos clubes contra o Flamengo
Fontes ligadas à Liga comentam que a postura de Bap tem impulsionado uma aliança crescente entre as equipes da Série A e B, que se sentem cada vez mais descontentes com o Flamengo. Os movimentos de times como Corinthians, Cruzeiro, Vasco e Botafogo indicam uma tendência de união em busca de melhores garantias financeiras e uma divisão de receitas que atenda a todos, não apenas ao gigante rubro-negro.
O descontentamento é evidente, e a Liga Forte União, que promete uma distribuição de receitas mais justa e imediata, termina se apresentando como uma alternativa viável. A decisão do Vitória de se engajar nesse movimento reforça a mobilização crescente entre os clubes, evidenciando a fragilidade das relações entre as mais importantes equipes do Brasil.
O futuro do Flamengo e das ligas no Brasil
Com Bap se distanciando de uma posição de liderança e cada vez mais isolado, o Flamengo se vê em uma encruzilhada. A promoção da autonomia em um ambiente complexo e polarizado torna-se um desafio fundamental, e a torcida aguarda ansiosamente o desenrolar dos acontecimentos.
Entre junho e agosto de 2021, Bap vibrava com a nova lei, acreditando que ela fortaleceria os clubes menos favorecidos, agora suas ações estão sendo revisadas à luz das novas realidades. A capacidade de negociação em relação aos direitos de transmissão se mostra cada vez mais valiosa, com o Flamengo TV se tornando um canal estratégico nesta nova fase do futebol. As cenas dos próximos capítulos do futebol brasileiro prometem ser emocionantes e definidoras.