Brasil, 7 de outubro de 2025
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Brasileiro relata atendimento precário, xenofobia e parto no chão de hospital português; família busca providências

Brasileiro denuncia negligência e xenofobia em hospital de Portugal após nascer do filho

Frederico Werpel Fernandes, brasileiro residente em Portugal desde 2021, denunciou que seu filho, Levi, bateu a cabeça no chão ao nascer devido à falta de atendimento adequado na recepção de um hospital público em Gaia, na região do Porto. O episódio ocorreu no último sábado, gerando repercussão e protestos contra a estrutura da saúde pública no país.

Denúncia de negligência e xenofobia no hospital de Portugal

O consultor de marketing afirmou ao Portugal Giro que a situação foi marcada por xenofobia, burocracia e despreparo da equipe médica. Ele conta que, na primeira assistência, houve zombaria por parte dos funcionários com sua esposa, Fernanda, que sentia dores de parto, sendo ela brasileira. “Zombaram da minha esposa por estar sentindo dores e reclamando, já que era o terceiro filho. Não deram crédito ao que ela sentia”, relatou Frederico.

Parto no chão e insuficiência de atendimento

Segundo Frederico, todas as consultas de gestação foram feitas com o médico de família, e o histórico indicava uma rápida dilatação. No entanto, no momento do parto, não houve preparo adequado por parte do hospital. “O parto aconteceu no chão da recepção, sem assistência médica adequada. Minha esposa estava em sofrimento extremo e não foi disponibilizada uma maca adequada. Foi oferecida apenas uma cadeira de rodas, que não serve para seu estado clínico”, descreveu.

Após o incidente, a criança foi submetida a exames, incluindo tomografias, para verificar possíveis hemorragias ou outros problemas, mas apresentaram bom estado de saúde. Uma nova bateria de exames será feita hoje para confirmar o quadro do bebê, que permanece hospitalizado por precaução.

Reclamações formais e o contexto do sistema de saúde em Portugal

Frederico contou que registrou queixas na Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), na Ordem dos Médicos e no hospital por violação dos protocolos de emergência. “A equipe ignorou a situação de emergência, obrigando a seguir procedimentos administrativos de senha e atraso no atendimento”, relatou.

O episódio evidencia uma crise no Sistema Nacional de Saúde de Portugal, que enfrenta dificuldades de mão de obra e estrutura, especialmente nas emergências obstétricas, onde há registros de até 60 nascimentos em ambulâncias neste ano. O hospital em questão informou, em nota oficial, que realizou exames e que não identificou alterações no quadro da gestante, destacando que, mesmo em casos de gestantes multíparas, a evolução do trabalho de parto foi considerada normal.

O futuro da família e o cenário de saúde pública no país

Enquanto isso, Fernanda, que trabalha com turismo, recebeu alta hospitalar, mas Levi deve permanecer internado até o dia seguinte, dependendo de sua evolução. “Amanhã, se estiver tudo bem, ele terá alta”, afirmou Frederico.

Este caso reacende debates sobre o funcionamento do sistema de saúde em Portugal, apontando para a necessidade de melhorias e maior atenção às demandas de residentes estrangeiros. Além disso, revela a persistente discriminação vivida por brasileiros no país, especialmente em serviços públicos como o sistema de saúde.

Fonte: O Globo

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