Brasil, 7 de outubro de 2025
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Bispo Paprocki destaca papel da fé na formação de advogados católicos

Bispo de Springfield reforça a importância dos valores religiosos na carreira jurídica e na educação em escolas de direito católicas.

Em uma sessão do dia 3 de outubro na Heritage Foundation, em Washington, D.C., o bispo Thomas John Paprocki enfatizou o papel fundamental da fé na formação dos advogados católicos e na atuação ética no direito.

A importância dos valores na prática jurídica

Segundo Paprocki, valores inspirados na doutrina católica influenciam a elaboração de leis e a postura dos profissionais do direito. “A lei certamente acompanha os valores que defendemos”, afirmou. Ele ressaltou que, seja por meio da teologia ou de conceitos seculares de virtude, a formação ética é essencial para o trabalho dos advogados.

O bispo, que também atua como professor na Ave Maria School of Law, destacou que a Sagrada Escritura e a doutrina da Igreja devem fundamentar o ensino em escolas de direito católicas. Ele acrescentou que valores alinhados com os ensinamentos da Igreja devem guiar as ações e posições desses profissionais.

Fé e compreensão da lei natural

Para Paprocki, a formação em fé deve proporcionar uma compreensão mais profunda da lei natural, baseada na Doutrina social da Igreja. Ele afirmou que Cristo nos orienta a “fazer discípulos” e não esconder nossa fé, mesmo em contextos profissionais.

O bispo comentou ainda que, embora nem sempre seja possível ser explícito sobre questões de fé no exercício da advocacia, esses princípios religiosos devem informar a formação moral e ética dos profissionais, influenciando políticas e leis.

Visão histórica e constitucional da relação entre fé e lei

De acordo com Paprocki, os fundadores dos Estados Unidos compreenderam o país como uma nação “religiosa”, onde a fé deveria orientar a moralidade pública. Ele defende que essa visão não contraria o Primeiro Emenda, que proíbe a instituição de uma religião oficial, mas que também não impede a menção a Deus ou a atuação baseada em crenças religiosas.

“Ela foi mal interpretada por alguns, que acreditam que não se pode mencionar Deus”, observou o bispo.

A identidade das escolas de direito católicas

O professor Gerard Bradley, ex-docente da Universidade de Notre Dame, afirmou que a distinção entre uma escola de direito secular e uma católica está na missão de incorporar a verdade plena. Uma escola católica deve refletir que suas doutrinas são “verdades que permeiam tudo o que fazemos”.

Lee Strang, diretor do Salmon P. Chase Center na Universidade de Ohio, destacou que as escolas de direito católicas surgiram originalmente para promover a mobilidade social de imigrantes católicos, reforçar a reputação universitária e estabelecer uma tradição distinta na formação jurídica.

Segundo ele, atualmente essas instituições buscam integrar uma compreensão da lei fundada na tradição católica, centrada no conceito do “homem na perspectiva da Igreja” e na dignidade humana como “imago Dei”.

Visões sobre antropologia e moralidade

O professor aposentado da Loyola University Chicago, John Breen, afirmou que as escolas de direito católicas devem orientar-se “para a adoração da Santíssima Trindade”, valorizando uma antropologia fundamentada na compreensão do ser humano “a partir da Igreja”. Ele criticou abordagens que desconsideram a natureza espiritual e a dignidade da pessoa, defendendo a importância de reconhecer o ser humano como “imagem de Deus”.

Na mesma linha, a professora Ligia Castaldi comentou que o entendimento do direito natural baseado na doutrina católica é essencial para debates sobre a santidade da vida desde a concepção até a morte natural.

Reflexões sobre o papel da fé na sociedade

Richard Myers, professor do mesmo centro de estudos, destacou a relevância do pensamento jurídico católico na discussão sobre o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, destacando que a tradição católica pode oferecer uma “função corretiva” no debate público.

Ele reforçou que a influência da fé na formação de profissionais do direito é uma forma de preservar os princípios morais e éticos tradicionais, contribuindo para uma sociedade mais justa e alinhada com valores universais.

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