No último sábado (4), o trabalhador rural Flávio Ricardo do Espírito Santo, de 28 anos, viveu uma experiência aterrorizante ao ser brutalmente atacado por uma onça-pintada próximo a uma carcaça de animal na Fazenda Milagre, localizada na região do Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Flávio, que se encontra internado, porém, não corre risco de morte, segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul (CBM-MS).
Resgate em área isolada
O peão foi resgatado na noite de sábado em uma área isolada e chegou a Campo Grande por volta da meia-noite de domingo (5), após a rápida ação da corporação. Ele se encontrava em estado grave, apresentando cortes profundos e diversas mordidas e arranhaduras nas pernas, braços e cabeça. Flávio estava consciente e com os sinais vitais estáveis no momento do resgate.
A abordagem inicial do ataque ocorreu quando Flávio estava montado em seu cavalo na Baía do Mineiro, uma área conhecida pela fauna rica e variada da região. O ataque da onça-pintada, que possivelmente atacou Flávio em busca de uma carcaça que ele estava se aproximando, foi inesperado e chocante para todos os envolvidos.
Interceptação da equipe de resgate
Após o ataque, a equipe do Corpo de Bombeiros, composta por bombeiros militares e suporte médico, foi acionada rapidamente. Eles se deslocaram para a fazenda, que fica a cerca de 45 km da Base Avançada de Lourdes, onde operam quatro bombeiros militares sempre em alerta para prevenção e combate a incêndios. O resgate foi facilitado pelo uso de um helicóptero do Exército Brasileiro, que ajudou a transportar Flávio até um hospital em Campo Grande.
Em coletiva, o CBM-MS destacou que a integração entre as forças de segurança estaduais e os militares do Exército foi fundamental para garantir o pronto socorro à vítima, que estava em uma área de difícil acesso. O trabalho em conjunto foi elogiado e considerado exemplar em situações de emergência como esta. A corporação teve o apoio de um médico e um enfermeiro durante o resgate, o que foi crucial para estabilizar a condição de Flávio durante o transporte.
Solidariedade da comunidade rural
A gravidade do incidente repercutiu na comunidade rural de Corumbá. Em um pronunciamento, o presidente do Sindicato Rural local, Stefano S. L. Rettore, expressou pesar pela situação e solidariedade à família da vítima. “A entidade também agradece ao Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e ao Exército Brasileiro pelo resgate eficiente. Desde o incidente, atuamos em conjunto, oferecendo apoio à família”, afirmou Rettore.
“Reforçamos nosso compromisso em apoiar medidas de mitigação de ataques de animais selvagens, especialmente onças-pintadas, nas áreas rurais de Corumbá. A região possui cerca de 300 famílias e muitos trabalhadores rurais, desta forma, a conscientização e cooperação entre instituições e ONGs são mais do que necessárias para prevenir este tipo de ocorrência,” finalizou o comunicado nas redes sociais.
Pesquisas e precursoras de segurança
Além das medidas de resgate, o ocorrido também levantou discussões sobre a convivência pacífica entre humanos e a fauna silvestre, em especial no Pantanal, um ecossistema riquíssimo, mas também desafiador devido à presença de predadores como a onça-pintada. Pesquisadores e especialistas em vida selvagem estão sendo convocados para debater a necessidade de medidas que garantam a segurança tanto das comunidades rurais quanto dos animais que habitam essas áreas.
O episódio recente destaca não apenas a urgência de protocolos de emergência e resgate em situações de ataque de animais selvagens, mas também a importância da conscientização acerca dos riscos e da necessidade de coexistência harmoniosa com a vida selvagem. Flávio, ainda se recuperando, se tornou um símbolo da luta pela segurança e compreensão entre humanos e a rica biodiversidade do Pantanal.
Em conclusão, a colaboração entre as forças de segurança e a comunidade rural, junto ao compromisso de pesquisas e desenvolvimento de estratégias de mitigação, será essencial para evitar tragédias semelhantes no futuro e garantir a proteção tanto dos trabalhadores rurais quanto dos animais que compartilham esse ecossistema vital.