Nesta segunda-feira (6), o chanceler alemão, Friedrich Merz, declarou que a União Europeia (UE) deve reconsiderar o prazo de 2035 para a proibição de novos veículos com motor de combustão, enquanto a Alemanha busca formas de apoiar sua indústria automotiva em dificuldades. A discussão ocorre em meio a dúvidas de gigantes do setor como Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz quanto à meta da UE, sobretudo para competir com rivais chineses na produção de veículos elétricos.
Revisão da meta de 2035 e apoio à indústria automotiva
Merz afirmou ao canal NTV que considera a proibição da UE “errada” e expressou seu desejo de que a Alemanha não seja um dos países que apoia tal restrição. “Não quero que a Alemanha seja um dos países que apoiam essa proibição errada”, disse o chanceler nesta segunda-feira, antes de uma reunião com representantes do setor automotivo marcada para quinta-feira. A posição do governo alemão ainda está em discussão com os parceiros de coalizão, os sociais-democratas do SPD, que ainda não estão convencidos da necessidade de abandonar a meta.
Desafios do setor na Alemanha
A indústria automobilística alemã enfrenta dificuldades devido à forte concorrência da China, à demanda fraca por veículos elétricos e ao ritmo lento na transição para tecnologias mais limpas. Segundo informações, a Mercedes-Benz, Lamborghini e outras marcas tradicionais têm lutado para manter sua competitividade frente a empresas chinesas como BYD, que avançam no mercado global.
Avanços das montadoras e novos modelos elétricos
Em meio às tensões, a Volkswagen lançou modelos elétricos a preços competitivos, a partir de R$ 159,7 mil, com o objetivo de disputar o mercado chinês e global. A montadora também prepara uma unidade no norte da Itália, com investimento de € 200 milhões, que entrou em operação em junho, voltada para a produção do primeiro veículo totalmente elétrico da Ferrari, esperado para o quarto trimestre do próximo ano. A marca de carros esportivos busca ampliar sua presença na área de veículos eletrificados.
Perspectivas futuras e debates ideais
Apesar das opiniões divergentes, Merz destacou a importância de pesquisas em motores a diesel, essenciais para caminhões, e afirmou que acredita no desenvolvimento de combustíveis sintéticos nos próximos anos, que possam tornar os motores de combustão mais ecológicos. “Não devemos proibir, mas viabilizar tecnologias”, declarou o chanceler, ressaltando sua esperança de uma política mais flexível em relação à transição energética na Alemanha.
O tema da revisão do prazo de 2035 será pauta na reunião do setor automotivo nesta semana, enquanto a Alemanha busca equilibrar interesses econômicos com as metas ambientais europeias.
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Fonte: O Globo