Em um desdobramento que envolve a família do senador Romário (PL-RJ), Zoraidi de Souza Faria entrou com um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última sexta-feira, solicitando a suspensão de um leilão que engloba uma mansão, uma lancha e três carros avaliados em R$ 10,8 milhões. Estes bens estão registrados em nome de Zoraidi, mas foram alvo de penhoras devido a dívidas do senador, levando à especulação de que ele é o verdadeiro dono do patrimônio.
Motivação do recurso ao STJ
A solicitação da irmã de Romário ocorre em um contexto delicado. A Justiça do Rio marcou o leilão dos bens para o dia 23 de outubro, o que motivou a defesa de Zoraidi a agir rapidamente. Procurada para comentar, a defesa não forneceu detalhes, uma vez que o caso tramita em segredo de Justiça.
Este não é o primeiro leilão envolvendo Zoraidi e os bens atribuídos a Romário. Em 2021, um leilão similar foi suspenso pelo STJ, quando a defesa alegou que sua inclusão no processo era inadequada e que seus bens não deveriam ser leiloados. Na época, o ministro Marco Aurélio Bellizze concordou em suspender o leilão até que o mérito do pedido fosse analisado.
Histórico de ações legais
Recentemente, o STJ negou um recurso anterior de Zoraidi, permitindo que os bens fossem leiloados novamente. Um novo relator, o ministro João Otávio Noronha, aceitou um pedido de embargos de divergência que busca reanalisar a questão, alegando que a decisão anterior contradiz a jurisprudência do próprio Tribunal.
A nova tentativa de Zoraidi para interromper o leilão é baseada na argumentação de que o andamento do processo no Rio de Janeiro deveria ser paralisado até que o STJ deliberasse sobre os embargos. O ministro Noronha será responsável por analisar esse pedido, mas ainda não há data definida para a votação.
Complexidades do caso Romário
A situação é ainda mais complexa dado que Romário já enfrentou acusações de esconder patrimônio em nome de familiares, dificultando as cobranças de suas dívidas. Recentemente, ele foi condenado por fraude em outro caso, no qual foi acusado de repassar valores indevidos a um advogado.
Os bens que agora estão sendo leiloados incluem uma mansão localizada na Barra da Tijuca, uma lancha e três carros de luxo, que representam apenas a ponta do iceberg em relação à dívida total estimada em R$ 24,3 milhões. Esta dívida remonta a 2001, quando Romário encerrava suas atividades na boate Café do Gol, localizada na mesma região.
A inclusão dos bens de Zoraidi no leilão levanta questões sobre a responsabilidade e a transparência em relação a dívidas que, segundo próprios advogados de Romário, são absolutamente desproporcionais e exorbitantes. Em nota, eles destacaram que continuarão a lutar pela justiça neste cenário conturbado.
Expectativas para o futuro
O julgamento da defesa de Zoraidi no STJ pode trazer novidades significativas tanto para a irmã quanto para Romário, que segue sendo um figura pública amplamente conhecida no Brasil. A questão do leilão pode abrir precedentes importantes sobre a responsabilidade patrimonial em casos de dívidas.
Além disso, a forma como o caso está sendo tratado refere-se não apenas à proteção dos bens de Zoraidi, mas também à percepção pública sobre a ética e a responsabilidade fiscal de figuras políticas como Romário. Com a opinião pública atento aos desdobramentos, o futuro deste caso permanecerá sob o olhar crítico dos brasileiros.
Os próximos passos legais, tanto por parte da defesa de Zoraidi quanto da acusação que representa os interesses da justiça em relação às dívidas de Romário, certamente moldarão o que está por vir.