Brasil, 6 de outubro de 2025
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Exportações do Brasil para EUA caem 20%, impacto do tarifaço se intensifica

Dados de setembro mostram retrocesso nas vendas para os EUA, refletindo o efeito do tarifaço de Donald Trump na balança comercial brasileira

A balança comercial do Brasil registrou superávit de US$ 3 bilhões em setembro, uma redução de 41% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foi de US$ 5,1 bilhões. Os dados, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento (MDIC), reforçam o efeito do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que afetou significativamente as exportações brasileiras para o país.

Impacto do tarifaço dos EUA na balança comercial brasileira

Em setembro, as vendas do Brasil para os Estados Unidos recuaram 20,3%, passando de US$ 3,23 bilhões para US$ 2,58 bilhões. Simultaneamente, as importações de produtos norte-americanos aumentaram 14,3%, de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 bilhões, resultando em um déficit comercial de US$ 1,77 bilhão com os norte-americanos no mês passado.

Este é o nono mês consecutivo de déficit com os EUA e o maior registrado neste ano. O cenário evidencia o impacto negativo das medidas tarifárias, principalmente após o aumento progressivo das sobretaxas até alcançar 50% a partir de agosto, o que prejudicou as exportações brasileiras.

A conjuntura do comércio com os EUA em 2025

Apesar da queda nas exportações para os Estados Unidos, o total de vendas brasileiras ao país no ano de 2025 mantém-se relativamente estável, em torno de US$ 29,3 bilhões. No entanto, as exportações cresceram apenas 1,1%, enquanto as importações aumentaram quase 12%, passando de US$ 30,7 bilhões para US$ 34,3 bilhões.

Segundo o MDIC, o saldo acumulado de janeiro a setembro é de US$ 45,5 bilhões, uma redução de 22,5% em relação ao mesmo período de 2024, devido ao crescimento mais intenso das compras externas do que das vendas brasileiras.

Outros destinos e perspectivas de comércio exterior

Enquanto as vendas caíram para os Estados Unidos, o Brasil registrou aumento nas exportações para China (+14,7%), Mercosul (+27,6%) e América Central e Caribe (+29,0%). Já as vendas para a África sofreram uma retração.

O aumento na importação é atribuído à política de tarifas elevada e às tensões políticas entre os dois países. Os dados reforçam que o cenário externo impacta diretamente a performance do comércio brasileiro em 2025.

Projeções e cenário para o restante do ano

Apesar do cenário adverso para os EUA, o MDIC revisou suas projeções para a balança comercial de 2025, estimando agora um superávit de US$ 60,9 bilhões, acima da previsão anterior de US$ 50,4 bilhões. Essa melhora deve-se ao aumento moderado das exportações e à expectativa de contenção nas importações.

A expectativa é de que os efeitos do tarifaço continuem a influenciar negativamente o comércio em outubro e novembro, mantendo o desafio de equilibrar as relações comerciais e minimizar o déficit com os Estados Unidos.

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