O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (6) que o mercado de trabalho no Brasil está “o mais exuberante” das últimas três décadas, de acordo com dados recentes. Ele destacou que, mesmo com esse crescimento, as projeções indicam que a inflação não atingirá a meta estabelecida pelo governo até, pelo menos, 2028.
Mercado de trabalho em plena expansão
Durante palestra no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, Galípolo explicou que indicadores como a massa salarial e o rendimento médio real têm apresentado alta significativa. “A série histórica dá a entender que talvez estejamos em pleno emprego. Temos dados bastante fortes do que vem acontecendo nesse aspecto”, afirmou.
Segundo ele, essa situação indica uma fase de crescimento econômico sustentado, mas reforçou que a sustentabilidade do crescimento depende do aumento da produtividade. “Para que o país continue crescendo sem gerar pressão inflacionária, é fundamental que esse aumento aconteça por melhorias na produtividade, garantindo uma expansão mais duradoura”, completou.
Inflação e política de juros
Galípolo lembrou que a elevação dos juros pelo Banco Central tem relação direta com as pressões inflacionárias enfrentadas atualmente. “Sabemos que 15% de taxa de juros é elevada, mas em abril passado, 57% dos itens que compõem o IPCA estavam acima do dobro da meta de inflação”, destacou.
Ele ressaltou ainda que, conforme as expectativas do mercado, particularmente o Focus, a inflação deve se manter acima da meta até 2028. “A gente não vê a inflação na meta em nenhum dos horizontes, nem até 2028. Embora o BC tenha suas próprias projeções, todas apontam para um cenário de bastante incômodo”, afirmou.
Perspectivas econômicas e desafios futuros
O presidente do Banco Central reforçou a importância de um crescimento sustentável, com foco na produtividade, para evitar o aumento contínuo da inflação. A manutenção de juros elevados deve ser utilizada para controlar os riscos inflacionários até que haja uma moderada desaceleração na pressão de preços.
Dados recentes indicam um ambiente de forte demanda no mercado de trabalho, o que exige atenção redobrada na condução da política monetária. As projeções indicam que a inflação deve permanecer acima do alvo pelo menos até o fim da década, trazendo desafios à estabilidade econômica do país.
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