Brasil, 6 de outubro de 2025
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Uefa aprova partidas da La Liga e Série A fora da Europa

A Uefa autorizou, com ressalvas, jogos da La Liga na Flórida e da Série A na Austrália, gerando controvérsias no futebol.

A Uefa surpreendeu o mundo do futebol ao aprovar, nesta segunda-feira, de forma “relutante” e “excepcional”, um pedido histórico feito pela La Liga espanhola e pela Série A italiana para transferir duas partidas para os Estados Unidos e a Austrália, respectivamente. Essa decisão, considerada sem precedentes, foi acompanhada de um comunicado no qual o órgão europeu reafirma sua oposição a jogos de ligas nacionais realizados fora do continente europeu. O comitê executivo da Uefa promete colaborar com a FIFA na criação de regulamentos mais rigorosos para evitar que essa prática se torne comum.

A oposição à mudança

A medida gerou reações polarizadas, especialmente entre os clubes e torcedores. O Real Madrid, um dos principais clubes da La Liga, criticou abertamente a iniciativa. Em agosto, o clube se posicionou contra o planejamento da partida marcada para o Hard Rock Stadium, em Miami, argumentando que jogar em um local fora do país alteraria “o equilíbrio competitivo” do torneio. A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) já havia aprovado a proposta antes de encaminhá-la à Uefa e à FIFA, o que intensificou a resistência do clube liderado por Florentino Pérez. Para o Real Madrid, essa modificação nas regras comprometeria a integridade da competição e estabeleceria “precedentes inaceitáveis” que poderiam beneficiar interesses alheios ao esportivo.

Impactos nos campeonatos nacionais

O jogo na Flórida, previsto para acontecer em 2025, é uma tentativa da La Liga de expandir sua marca e alcançar torcedores nos Estados Unidos, um mercado considerado em ascensão para o futebol. Por outro lado, a Série A também busca aproveitar o crescente interesse pelo futebol fora da Europa, especialmente na Austrália, onde o esporte tem visto um crescimento significativo nos últimos anos.

Apesar das promessas de fiscalização e a intenção da Uefa de auxiliar na elaboração de regulamentações rígidas, muitos envolvidos no futebol expressaram suas preocupações sobre o impacto que essa movimentação pode ter nas competições. “Modificar unilateralmente este regime viola a igualdade entre os participantes”, reforçam os diretores do Real Madrid. Eles acreditam que essas decisões são perigosas e podem gerar uma sensação de injustiça entre os clubes que competem em liga nacional. A legitimidade dos resultados fica em xeque quando a competição se altera de forma tão significativa.

Expectativas e reações dos clubes

Além do Real Madrid, outros clubes expressaram suas inquietações sobre esta nova dinâmica nas competições europeias. A Liga, presidida por Javier Tebas, tem buscado formas de se expandir além das fronteiras europeias, mas enfrenta a oposição de clubes que temem uma desnivelamento nas competições. A rivalidade entre La Liga e a Premier League, por exemplo, é outra questão que está em jogo. Muitos acreditam que a cultura do futebol deve permanecer enraizada em seus locais de origem, sem a necessidade de eventos deslocados que apenas atendem a fins comerciais.

Em resposta à Uefa, o Real Madrid pediu que as autoridades não autorizem os jogos no exterior e solicitou ao Conselho Nacional de Esportes da Espanha (CSD) que não conceda as permissões necessárias. A posição é uma demonstração clara de que certos clubes ainda defendem os valores tradicionais do futebol, desconsiderando seu potencial comercial.

Possíveis respostas do torcedor

Para os torcedores, essa mudança pode ser vista de várias formas. Enquanto alguns podem ficar animados com a ideia de acompanhar seu time em locais diferentes, outros se preocupam com a possibilidade de que isso possa diluir o verdadeiro espírito do que significa ser parte de uma liga nacional. A experiência de ver partidas ao vivo em casa é uma parte fundamental da cultura do futebol, e muitos temem que essa moção leve a um distanciamento dos laços que unem torcedores e seus clubes.

Ademais, a repercussão sobre a decisão da Uefa será acompanhada de perto por todos os envolvidos, uma vez que essa primeira medida pode abrir espaço para futuras permissões semelhantes. O que se espera agora é qual o impacto real que essa decisão terá não só nas ligas europeias, mas também na forma como o futebol é visto e sentido globalmente.

Os próximos meses serão cruciais para entender como essa dinâmica irá se desenrolar, especialmente com a aproximação da Copa do Mundo de Clubes de 2025, que também contará com o Hard Rock Stadium como uma de suas sedes, colocando ainda mais pressão sobre como o futebol é vivenciado em diferentes partes do mundo.

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