Brasil, 6 de outubro de 2025
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Haiti se prepara para eleições que podem mudar o futuro do país

Em meio à violência e pobreza, a Igreja Haitiana aposta em eleições em 2026 como um possível ponto de virada.

No contexto de um Haiti devastado por conflitos entre gangues, morte e pobreza, a Igreja local observa com expectativa a consulta eleitoral agendada para 29 de março de 2026. Dom Pierre-André Dumas, bispo da diocese de Anse-à-Veau-Miragoâne e vice-presidente da conferência episcopal haitiana, declara: “Pode ser um ponto de virada. Mas a falta de segurança é um problema. É necessário o acompanhamento da comunidade internacional”.

Igreja na linha de frente das dificuldades

Dom Dumas, que carrega em seu corpo as marcas de queimaduras de terceiro grau após um atentado, fala sobre sua luta pela paz em um país fragilizado. Em uma entrevista, ele menciona a dor física, mas logo a desvia para o bem-estar de seus compatriotas, afirmando que seu verdadeiro sofrimento reside na situação crítica do Haiti. O bispo, que tem se esforçado para reunir os líderes das gangues em diálogos construtivos, destaca que a Igreja continua seu trabalho de mediação, respeitando as dificuldades que enfrentam.

Compromisso contínuo com a paz e o futuro

Após receber um visto diplomático dos Estados Unidos por motivos de saúde, Dom Dumas está atualmente em convalescença na Flórida. Apesar da distância e das dificuldades, ele continua diariamente a apoiar as iniciativas da Conferência Episcopal Haitiana, promovendo diálogos ecumênicos e inter-religiosos. Seu empenho em buscar soluções pacíficas é sinal do compromisso contínuo da Igreja em um momento de crise.

Eleições: uma esperança renovada

Com os olhos voltados para as eleições que se aproximam, o bispo Dumas acredita que este é um momento crucial para o Haiti. Ele destaca a importância do respeito à constituição e a necessidade de reunir a população em torno de uma consulta transparente. “Esperamos que isso seja um passo em direção à democracia. A população precisa de esperança e confiança”, ressalta, referindo-se às dificuldades que ainda poderá enfrentar esse processo.

Desafios para a democracia

Dom Dumas não esconde suas preocupações sobre a possibilidade de conduzir eleições democráticas em um ambiente tão conflituoso. Ele expressa que a organização do pleito será difícil e corre o risco de ser um mero “ritual formal”, caso as condições de segurança não melhorem. No entanto, ele afirma que adiar a votação seria um golpe certeiro na esperança do povo haitiano.

Reconstrução moral e social

Os bispos do Haiti frequentemente destacam a necessidade de uma reconstrução moral e social do país. Dom Dumas esclarece que isso não se resume apenas à luta contra as gangues ou ao retorno das propriedades aos cidadãos. “É crucial reverter o escurecimento da dignidade humana, que muitas vezes leva jovens a se tornarem criminosos”, observa. A Igreja apela para que o foco retorne à pessoa humana, ressaltando a importância da transformação do caráter social e ético da sociedade haitiana.

O papel da diáspora haitiana

A diáspora haitiana, composta por mais de 3 milhões de pessoas, pode desempenhar um papel significativo nesse processo de reconstrução. Dom Dumas aponta que a diáspora não apenas traz um aprendizado diversificado, mas também contribui financeiramente com bilhões de dólares anualmente para seu país natal. “Estou convencido de que a diáspora é uma força decisiva para um novo Haiti”, afirma, enfatizando o potencial de mudança que a comunidade pode oferecer.

Apelo ao povo haitiano

Antes de concluir a entrevista, Dom Dumas lança um apelo sincero a seu povo: “Quando estiverem nas urnas, tenham a coragem de escolher líderes honestos e dignos de confiança. Estas eleições podem realmente representar uma mudança radical. Como sempre disse o Papa Francisco, não deixem que roubem a esperança de vocês.” Este chamado encoraja o povo a não desistir e a acreditar na possibilidade de um Haiti melhor.

As eleições de março de 2026 representam mais do que apenas um processo eleitoral; elas simbolizam a esperança de um novo começo para o Haiti, um país que luta diariamente por paz, dignidade e justiça. A participação da população e o apoio da comunidade internacional serão essenciais para garantir que essa oportunidade não seja perdida.

Para mais informações, acesse a Fonte.

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