Nesta quarta-feira, a assessora de imprensa Karoline Leavitt, conhecida por sua forte fé católica, afirmou que rejeita as críticas do Papa Leo XIV às políticas de imigração dos Estados Unidos, especialmente em relação à administração de Joe Biden. As declarações do pontífice, feitas na terça-feira, sugeriram que a postura do governo americano não é verdadeiramente “pro-vida”.
Reação de Karoline Leavitt às críticas do Papa
Durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, Leavitt afirmou: “Eu rejeito que tenha havido tratamento desumano de imigrantes ilegais sob esta administração.” Ela também tentou minimizar o discurso do papa, alegando que “houve tratamento desumano em administrações anteriores”, incluindo a do ex-presidente Donald Trump, cuja gestão trouxe forte debate sobre imigração.
Leavitt ainda afirmou que imigrantes “foram traficados, abusados, assassinados e forçados a situações de violência” sob o governo Biden, tentando defender as políticas atuais perante as críticas do líder da Igreja Católica. Além disso, ela usou uma estratégia comum do discurso político de direita ao tentar desviar o foco para administrações passadas.
Contexto das declarações do Papa Leo XIV
As declarações do Papa Leo XIV aconteceram após seu pronunciamento em resposta a uma pergunta sobre a decisão da Arquidiocese de Chicago de homenagear o senador Dick Durbin, conhecido por seu apoio ao aborto e aos direitos dos imigrantes. O pontífice criticou duramente as ações do governo Trump, alegando que suas políticas não eram compatíveis com uma postura verdadeiramente “pro-vida”.
Essa não é a primeira vez que Leo XIV se manifesta contra posições do político e de grupos conservadores. Em fevereiro, o papa criticou o então senador JD Vance, que havia defendido uma hierarquia bíblica rígida na relação com o amor ao próximo, reforçando sua visão de que a fé deve ser inclusiva e sem hierarquias de valor entre as pessoas.
Reações da comunidade católica e política americana
Enquanto Leavitt e outros representantes do partido republicano apoiam a postura de defesa da política de imigração vigente, grupos religiosos mais alinhados à sua interpretação da fé condenam suas declarações, argumentando que o discurso do Papa ressalta uma postura mais humanitária. A controvérsia evidencia o debate interno sobre o papel da Igreja na política social e a linha de frente entre fé e política nos EUA.
Implicações futuras e polarização
A forte reação de Leavitt demonstra a continuidade da polarização política e religiosa no país, especialmente no que diz respeito a temas sensíveis como imigração, direitos civis e atuação papal. Analistas afirmam que esse conflito pode impactar a relação entre Igreja e o Estado, além de dividir opiniões dentro da própria comunidade católica.
O debate promete continuar à medida que novos pronunciamentos de líderes religiosos e políticos aparecerem, refletindo as tensões na sociedade americana em um momento de forte polarização.