Brasil, 6 de outubro de 2025
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Medida provisória do IOF pode perder validade se não for votada

A MP 1.303 deve ser votada até quarta-feira, 8 de outubro, para evitar sua caducidade e descontentamento no agronegócio.

A Medida Provisória (MP) 1.303, que representa uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), está sob pressão para ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Se a votação não ocorrer até quarta-feira, 8 de outubro, a MP perderá validade, o que pode provocar descontentamento entre os setores envolvidos.

Prazo apertado para votação da MP

A votação da MP 1.303 foi inicialmente agendada para o dia 30 de outubro, mas foi adiada para 2 de outubro e, finalmente, marcada para terça-feira, 7 de outubro. O relator da proposta, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), decidiu postergar a sessão a pedido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir mais profundamente com os líderes partidários.

Impasses que complicam a aprovação

A principal razão para os atrasos na votação é um impasse com o agronegócio. Representantes do setor estão pressionando por isenção do Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). A proposta original do Ministério da Fazenda previa um aumento de 5% sobre os rendimentos dessas aplicações, mas a situação se complicou quando o relator considerou um aumento para 7,5%, gerando descontentamento entre os agricultores.

Além disso, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, informou que o governo está disposto a fazer concessões em relação à medida, mas a pressão dos diferentes setores continua a dificultar um consenso.

Outros pontos de disputa

Outro ponto de contenção é o aumento do imposto sobre as casas de apostas online. Atualmente, essas plataformas pagam uma taxa de 12% sobre o faturamento, mas o governo propõe elevar essa taxa para 18%, alegando que o crescimento rápido do setor pode gerar mais arrecadação. No entanto, as empresas afirmam que esse aumento pode levá-las a transferir suas operações para fora do Brasil.

Essas mudanças nos impostos afetam diretamente os investimentos oferecidos por instituições financeiras como forma de captação de recursos para o agronegócio e setor imobiliário. Os investidores temem que a eventual aprovação do imposto desfaça os atrativos que sempre tiveram esses investimentos.

Consequências da não votação

Se a Medida Provisória não for aprovada até o prazo estabelecido, o impacto pode ser negativo não apenas para os investidores, mas também para o governo, que terá que lidar com a insatisfação das classes afetadas. Além disso, a situação pode levar a uma desaceleração ainda maior da economia, num momento já delicado.

A MP 1.303 foi resultado de uma série de negociações difíceis entre o Executivo e o Legislativo, e o não cumprimento dos prazos já gerou outras situações similares no passado. Em uma circunstância recente, a Medida que ampliou a tarifa social na conta de energia foi aprovada sob pressão e chegou ao Senado em um estado “desidratado” — ou seja, sem seus principais pontos de venda.

Votação pode repetir cenário desfavorável

As pressões que rodeiam a votação da MP do IOF são refletidas em uma história semelhante ocorrida há pouco tempo, quando a MP sobre a tarifa social enfrentou dificuldades e exigência de rápida aprovação. A urgência em votar questões legislativas relevantes pode levar a consequências desfavoráveis, como a perda de pontos essenciais da proposta.

Como conclusão, o resultado da votação da Medida Provisória 1.303 trará repercussões significativas para o cenário econômico brasileiro, especialmente em tempos de variadas pressões internas e externas. O futuro da proposta depende do desenrolar das negociações nas próximas horas entre os partidos e os líderes do governo.

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