Nos bastidores do governo Lula, a tensão aumenta à medida que a pressão sobre André Fufuca, ministro do Esporte, se intensifica. Com prazos definidos para saída, o deputado licenciado finge desviar do toque nervoso de seu partido, o Progressistas (PP), e continua a chefiar a pasta de forma normal, inclusive entregando obras importantes. A exigência do PP é clara: Fufuca deve retornar à Câmara até a próxima terça-feira, dia 7 de outubro. No entanto, o ministro apregoa calma e manifesta uma intenção de permanecer no cargo.
Pressão e decisões no governo
A situação de Fufuca contrasta com a de Celso Sabino, o ministro do Turismo, que tomou a iniciativa de apresentar sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sabino, filiado ao União Brasil, que, assim como o PP, também anunciou um rompimento com o governo, tenta atrasar sua saída, planejando continuar até o Círio de Nazaré, uma importante festividade em sua terra natal, Belém do Pará, que ocorre em 12 de outubro.
Na próxima segunda-feira, dia 6 de outubro, Fufuca se unirá a Lula em uma viagem ao Maranhão, onde ambos devem assinar uma ordem de serviço para a construção de uma Arena Brasil em Imperatriz. Esse apoio em projetos pode ser uma das estratégias para Fufuca no sentido de manter um espaço no governo, especialmente considerando que ele é cogitado para disputar o Senado pelo Maranhão em 2026.
Expectativas do Planalto
O clima entre os aliados de Lula é de incerteza. A permanência de Fufuca no governo pode ser benéfica para o Planalto, na busca por angariar votos entre os parlamentares do PP, uma vez que há um movimento pela coesão das respectivas bancadas, com a expectativa de que seus membros possam reverter as decisões de suas executivas nacionais.
Enquanto isso, Lula evita comentar sobre os desdobramentos envolvendo Fufuca e Sabino, buscando não instigar o desejo de outros partidos por cargos ministeriais. Mesmo o Partido dos Trabalhadores (PT), em um movimento estratégico, tem reduzido a pressão por ministérios, provavelmente para evitar um vácuo de poder que poderia ser preenchido por adversários.
Desafios dos partidos aliados
O PP e o União Brasil anunciaram uma federação que funcionará como um único partido pelos próximos quatro anos, com o foco de projetar um candidato de direita para as eleições de 2026. Essa união é vista como um passo inicial para a candidatura contra Lula nas próximas eleições. Contudo, ambos os partidos ainda possuem alas que defendem a permanência na base governista, o que gera tensões internas e incertezas sobre os caminhos a seguir.
O presidente do União Brasil, Antônio de Rueda, havia estipulado um prazo até 19 de setembro para que Sabino deixasse o Ministério do Turismo. Caso contrário, ele seria punido por infidelidade partidária, o que comprometeria seu mandato. Na próxima quarta-feira, dia 8 de outubro, o partido deve tomar uma decisão sobre a possível expulsão do ministro. Da mesma forma, o presidente do PP, Ciro Nogueira, estabeleceu 7 de outubro como o prazo para Fufuca abandonar a administração.
Cenário político em ebulição
A movimentação e as tensões nas esferas do governo Lula revelam muito sobre o estado atual da política brasileira. Enquanto alguns ministros tentam se desvincular do governo, como Sabino, outros, como Fufuca, lutam para manter seus postos e seus projetos pessoais. A situação, marcada por pressões e expectativas de ambos os lados, mostra um governo que ainda tenta navegar as águas turbulentas da política nacional.
O cenário se torna mais complexo com os desafios que as federações partidárias impõem. À medida que as datas se aproximam, as consequências das decisões de Fufuca e Sabino poderão impactar não apenas suas carreiras políticas, mas também a dinâmica do governo Lula e do cenário eleitoral de 2026.