Press secretária Karoline Leavitt, uma católica devota e conhecida por sua postura firme, contestou publicamente as críticas do Papa Leo XIV às políticas de imigração dos Estados Unidos durante uma coletiva na Casa Branca nesta quarta-feira. A controvérsia surgiu após o pontífice chamar atenção para alegadas atitudes hipócritas na postura do movimento MAGA quanto à defesa da vida.
Reação de Leavitt às críticas papais
Ao ser questionada sobre as declarações de Leo XIV, Leavitt declarou imediata e veementemente: “Rejeito qualquer alegação de tratamento desumano de imigrantes ilegais sob a administração atual.” Ela, então, desviou o foco ao afirmar que “houve tratamento desumano em administrações anteriores”, incluindo a do ex-presidente Donald Trump, de quem foi uma forte apoiadora.
“Muitos imigrantes sofreram tráfico, agressões, abusos e até mortes sob o comando de Biden”, completou, reforçando a narrativa de que as ações de seu governo são justificáveis e até mais humanas do que as de administrações passadas.
Contexto e polêmicas anteriores envolvendo a Igreja
A disputa entre posições religiosas e políticas não é novidade. O Papa Leo XIV já criticou publicamente políticos apoiadores de posições consideradas anti-pro Vida, inclusive contra o ex-presidente Trump. Em fevereiro, então cardeal, ele também condenou o senador JD Vance, que defende uma hierarquia bíblica rígida, pelo seu discurso sobre prioridades de amor cristão, afirmando que “Jesus não pediu para classificar o amor”.
Segundo analistas, a postura do papa tem causado fricções entre os apoiadores mais conservadores da Igreja e segmentos progressistas, especialmente nos Estados Unidos, onde o debate sobre imigração e direitos reprodutivos é altamente polarizado.
Implicações para o cenário político e religioso
A forte manifestação de Leavitt certamente fortalecerá a polarização no debate político-cultural nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que evidencia a complexidade das relações entre religião e política. Parlamentares e líderes religiosos continuam divididos entre apoiar uma postura mais tradicional e apoiar as vozes que defendem os direitos humanos dos imigrantes.
Especialistas apontam que a controvérsia deve aprofundar-se nas próximas semanas, especialmente com o próximo discurso do Papa durante a Assembleia Geral da Igreja e as ações do governo Biden de reforçar políticas de acolhimento aos imigrantes.
Perspectivas futuras
As próximas semanas serão decisivas para entender se esse embate terá impacto duradouro nas políticas públicas e na relação entre Igreja e Estado nos EUA. Enquanto isso, Leavitt mantém seu posicionamento: “Os direitos dos imigrantes não podem ser usados como instrumento de manipulação moral. Nosso compromisso é com a humanidade”.