Brasil, 5 de outubro de 2025
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Brasil pode liderar transição para veículos elétricos na América Latina

Mercado automotivo brasileiro tem potencial de movimentar R$ 200 bilhões ao ano, até 2030, com criação de 400 mil empregos verdes

O Brasil, maior mercado automotivo da América Latina e sexto do mundo, tem potencial para se tornar um hub de produção e exportação de veículos elétricos na região. Segundo estudos recentes, a transição para os veículos de baixo carbono deve movimentar R$ 200 bilhões por ano até 2030 e gerar cerca de 400 mil empregos verdes até 2050, abrangendo atividades como produção de baterias, infraestrutura de recarga e desenvolvimento de softwares automotivos.

Desafios e oportunidades na eletrificação do setor automotivo

Apesar do otimismo, os especialistas apontam desafios relevantes, como alcançar produção local em escala para reduzir o preço dos veículos elétricos, desenvolver uma rede de pontos de recarga eficiente e fabricar baterias mais potentes. Segundo o Instituto Acende Brasil e o movimento Gigantes Elétricos, tais obstáculos exigem altos investimentos e políticas públicas de incentivo.

Vantagens competitivas do Brasil na transição energética

O Brasil possui uma matriz energética predominantemente limpa, com mais de 80% de fontes renováveis, como eólica e solar, contribuindo para a baixa emissão de CO₂ no setor elétrico, que responde por pouco mais de 1% das emissões nacionais. Essa condição favorece a eletrificação, especialmente para o transporte rodoviário de cargas, responsável por 14% das emissões de gases de efeito estufa no país.

Mercado e investimentos em veículos elétricos e infraestrutura

O setor já começa a registrar crescimento, com a seguradora Anorsegur sendo destaque ao registrar alta de 300% nos planos para carros elétricos no primeiro semestre de 2025. Montadoras, incluindo chinesas que iniciaram produção local, devem investir R$ 140 bilhões até 2030 no Brasil, com destaque para caminhões e ônibus elétricos.

A Scania, por exemplo, comprometeu R$ 2 bilhões entre 2025 e 2028 para modernizar sua fábrica no Brasil, já produzindo ônibus elétricos e buscando criar corredores verdes para caminhões de longa distância. A expectativa é que a produção de caminhões elétricos se torne mais viável com maior escala e maior competitividade de preços, atualmente cerca de 20% mais caros que os modelos a combustão.

Perspectivas de crescimento e desafios da eletrificação no Brasil

Especialistas ressaltam que a escala será crucial para o avanço, especialmente na eletrificação de veículos de carga. Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), estima que a frota de veículos híbridos e elétricos ultrapassará 1 milhão até 2030, impulsionada por incentivos estaduais e municipais e pelo aumento na oferta de carregadores.

Empresas como a JBS já estão investindo na frota de veículos elétricos, com a criação da No Carbon, que alugou caminhões 100% elétricos para operações urbanas. Segundo Armando Volpe, diretor da empresa, a autonomia dos veículos de até 150 km atende às demandas de distribuição urbana em todas as regiões do Brasil.

Impactos ambientais e o futuro da eletrificação no país

Apesar da lenta adoção até agora — foram vendidos 1,6 mil caminhões elétricos desde 2021, em comparação com 548 mil a combustão —, o potencial de crescimento é grande. Ricardo Bastos enfatiza que a competitividade e a infraestrutura de recarga são essenciais para acelerar o processo.

De acordo com o Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT), a eletrificação do setor de transporte ajudaria na descarbonização, criando um ambiente de requalificação profissional e atração de talentos. A previsão é que o número de empregos no setor alcance 800 mil até 2050, duas vezes mais do que os atuais.

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