Localizada estratégicamente na altura do Túnel da Covanca, a pirâmide de concreto, também conhecida como “Pirâmide da Linha Amarela”, tem chamado a atenção de motoristas e pedestres que transitam pela via expressa. Essa construção, cercada de mistérios e curiosidades, se tornou um símbolo na Comunidade da Fazendinha, no Complexo do 18, e estimula diversas especulações entre os frequentadores da área.
A história da pirâmide
Historicamente, a pirâmide já foi sede da fraternidade espiritual Fiat Lux, que promovia sessões de cura e energização. Fernando Iglesias de Miranda, diretor da associação de moradores local, esclarece que a construção foi criada em 1975, no Leblon, e atualmente possui sedes em Portugal e Luxemburgo. Contudo, a pirâmide está abandonada desde que suas atividades foram encerradas há aproximadamente sete anos, restando apenas um caseiro para cuidar do local.
O imóvel, que já foi pintado de amarelo, apresenta agora sinais evidentes de abandono. Com cinco andares e aberturas triangulares no topo, a estrutura desperta a curiosidade de todos que passam pela Linha Amarela, executando uma espécie de atração mística em meio a uma área urbana repleta de casas e comércio.
A repercussão nas redes sociais
Nos últimos tempos, a pirâmide ganhou notoriedade nas redes sociais, sendo amplamente compartilhada e debatida. Um vídeo em particular viralizou, mostrando um motociclista comentando sobre as luzes que piscavam à noite, gerando mais curiosidade sobre o que ocorre realmente no local. Essa viralização fez com que a estrutura fosse incorporada ao imaginário urbano e até mesma objeto de lendas urbanas.
Transformações no entorno
Enquanto a pirâmide permanece vazia, o que distingue o lugar são os projetos sociais que florescem ao seu redor. O campinho vizinho abriga um projeto social que oferece aulas de futebol para crianças e adolescentes. Jucélio Silva, presidente da associação de moradores, destaca a importância dessa iniciativa: “Estamos tirando eles da rua, trazendo pro esporte, dando responsabilidades e melhores notas”.
Além disso, o projeto Arte Gerando Renda também desempenha um papel fundamental na comunidade, oferecendo cursos gratuitos de capacitação. A coordenadora Daniele Silva ressalta que essas oportunidades são uma “chance concreta” para os moradores, principalmente para mães que buscam um novo caminho profissional. Geisa Paula, aluna do curso, compartilha sua experiência: “Conseguir um curso desse perto de casa é um respiro para voltar à minha profissão e acabar de criar meus filhos”.
Um futuro em meio ao abandono
Diante do cenário de abandono que a pirâmide representa, o que se revela na Comunidade da Fazendinha é uma luta constante pela transformação e pela busca de novas oportunidades. Em vez de um simples mistério envolto em histórias sobre faraós, o espaço adquire um novo significado na vida dos moradores, que diariamente se esforçam para trazer melhorias à região.
Assim, a “Pirâmide da Linha Amarela” se torna um símbolo de superação e resistência para a comunidade, onde por trás do concreto e do abandono, pulsa a vida e a esperançosa busca por um futuro melhor.
Por fim, a pirâmide não é apenas uma estranha edificação às margens da Linha Amarela, mas sim um olhar atento para as realidades sociais e as transformações que ocorrem nas comunidades que orbitam ao seu redor, mostrando que em cada canto da cidade, há histórias de resiliência e luta por um amanhã mais promissor.