Em uma declaração solene, os bispos das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE) manifestaram apoio àqueles que sofreram com os horrores da guerra, especialmente no contexto do atual conflito na Palestina. O apelo, emitido pelo presidente Dom Mariano Crociata, no final da assembleia de outono realizada em Bruxelas entre 1º e 3 de outubro, enfatiza a urgência de uma ação internacional e o desejo de um futuro de paz.
O sofrimento na Palestina e os apelos à comunidade internacional
Na nota, Dom Crociata relembra as profundas aflições dos povos em guerra, afirmando que “ouvir o testemunho dos nossos irmãos observadores permanentes ucranianos” trouxe a consciência de como o sofrimento se estende além das fronteiras. O presidente destacou que as imagens horrendas que chegam de Gaza, retratando vítimas civis e crianças em necessidade, partem o coração dos bispos, refletindo uma crise humanitária que não pode ser ignorada.
Os bispos pedem à comunidade internacional, especialmente à União Europeia, que se mobilize para garantir soluções imediatas, como a libertação de reféns e o acesso irrestrito a ajuda humanitária. “Precisamos conquistar uma paz justa e duradoura”, reiteraram, ressaltando a importância da solidariedade, sobretudo em tempos de grande sofrimento.
A situação na Ucrânia e a necessidade de mudança
O cenário na Ucrânia também foi motivo de preocupação durante a assembleia. Dom Crociata relatou que os delegados das igrejas ucranianas relataram que os ataques continuam, aumentando a crisis humanitária na região. Ele enfatizou que a União Europeia proporciona apoio, mas uma mudança no cenário internacional é crucial para que haja um impacto positivo e duradouro.
Os bispos ressaltaram a necessidade de uma estratégia sustancial que busque o fim dos confrontos e promova a paz. “A guerra não afetou apenas a Ucrânia, mas deve nos obrigar a todos a repensar as nossas prioridades e ações”, afirmaram.
Urgência nas propostas de paz
Dom Crociata também mencionou a importância da voz do Papa neste contexto, pedindo que os esforços de paz, como os que foram realizados no passado, trabalhem em direção à interrupção das operações militares e à libertação de reféns. Ele sublinhou que é vital que todas as partes envolvidas parem e reflitam sobre as suas ações e que sejam abertos para novas formas de conduzir as relações internacionais.
A falta de unidade na Europa e suas implicações
O presidente da COMECE expressou sua decepção com a falta de unidade entre os países europeus no que se refere a ações coordenadas em crises internacionais. Esta fragmentação é vista como uma fraqueza significativa que tem prejudicado a capacidade da União Europeia de promover iniciativas efetivas. “É necessário que a Europa cresça em diálogo, unidade e engajamento”, ressaltou.
A COMECE defende que os valores que fundamentam a União Europeia não sejam esquecidos em meio a crises, mas que sejam resgatados e aplicados na tomada de decisões que impactam milhões de vidas. “Devemos ser persistentes em nosso chamado pela paz e pela solidariedade, para que possamos avançar em direção ao fim dos conflitos e à unidade”, concluiu Dom Crociata.
O futuro da COMECE e a perspectiva de paz
Com uma voz ativa na política europeia, a COMECE tem a missão de lembrar a importância de valores que fundamentam a paz e a justiça social. Os bispos afirmam que, apesar dos desafios, a busca por um futuro melhor é imperativa e que a confiança deve ser reforçada na luta pela paz. “Estamos determinados a continuar nosso trabalho, iluminando o caminho para uma Europa mais coesa e comprometida com a construção de laços de paz”, afirmou Dom Crociata.
Assim, o apelo dos bispos da União Europeia reverberou não apenas como um grito por paz, mas como um convite à reflexão e à ação, afirmando a necessidade urgente de um compromisso coletivo em prol daqueles que sofrem com os efeitos devastadores da guerra.