Brasil, 5 de outubro de 2025
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A distância entre o governo e as bancadas a um ano das eleições

A um ano das eleições de 2026, governo enfrenta desafios com bancadas distantes.

A um ano das eleições de 2026, o governo brasileiro observa um cenário desafiador no Congresso Nacional, com as bancadas da Câmara dos Deputados e do Senado cada vez mais distantes do Palácio do Planalto. Apesar de o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, ter conquistado 99 deputados e 15 senadores nas eleições de 2022, a realidade atual apresenta uma composição complexa: o PL mantém a maioria com 88 deputados e 15 senadores, mas enfrenta uma oposição forte e bem organizada.

A dificuldade de aprovação das pautas governistas

A condição do PL como partido majoritário nas duas Casas Legislativas complica a aprovação de pautas do governo liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um exemplo claro dessa situação foi a Medida Provisória (MP) da Tarifa Social, que quase não conseguiu ser aprovada devido à forte oposição tanto de bolsonaristas quanto de partidos do Centrão, que se uniram em um só discurso contra a proposta. Embora a medida tenha sido aprovada no final, a tensão em torno das articulações políticas se intensificou.

A influência do Centrão

Enquanto o PL possui o maior número de cadeiras, quem realmente dita as regras de pauta é o Centrão, que se compõe de partidos como o União Brasil, os Republicanos, o PP e o MDB. Este bloco, por sua vez, está se fortalecendo e, em agosto, anunciou uma federação com a denominação de União Progressista. Essa federação é a maior atualmente, contando com 109 deputados e 14 senadores, o que a torna uma força política significativa no jogo legislativo.

Com essa nova configuração, o Centrão deve apresentar uma união de votos por pelo menos quatro anos, assim como suas dinâmicas de articulação e interesses. Isso cria um cenário onde a base governista enfrenta a necessidade de alianças complexas para aprovar projetos que consideram essenciais.

Desafios e descontentamentos

No início do ano, o PDT era parte da base aliada, mas sua saída após a demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social mostra a fragilidade dessas coalizões. O partido abandonou o governo alegando que não havia diálogo suficiente para indicar novos nomes de confiança. Essa crise dentro das alianças ressalta a divisão entre aqueles que apoiam Lula e aqueles que se aliam ao patrimônio político de Bolsonaro para 2026.

A corrida para as eleições de 2026

Com o primeiro turno das eleições de 2026 agendado para 4 de outubro, tanto a base governista quanto a oposição têm exatamente um ano para conquistar o eleitorado. Contudo, o futuro do Centrão permanece incerto; não está claro se o bloco se aliará a Lula ou se manterá sua ligação com a direita bolsonarista. Além disso, as tensões internas podem minar os esforços de articulação efetiva necessária para abranger as pautas relevantes para o país.

Desconexão entre Câmara e Senado

Infelizmente, o cenário atual também demonstra uma desconexão entre a Câmara e o Senado em relação a pautas polêmicas. Um bom exemplo disso é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que teve grande apoio na Câmara e foi sequestrada pelo Senado, onde a oposição predominou. Essa divergência ilustra a dificuldade de negociação e o desafio de construir consensos em um ambiente político tão polarizado.

Conforme relatado pelo portal Metrópoles, há descontentamento entre os deputados do PL com seus senadores, que votaram contra a PEC da Blindagem. Esses deputados acreditam que a influência de ministros da Suprema Corte exacerbou a frustração, com alguns senadores preferindo atender aos interesses judiciais a perseguir uma agenda legislativa coesa.

Articulações e presidência da CPMI

Outro aspecto importante é a escolha da presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes do INSS, onde o PT enfrentou um grande revés devido à falta de articulação de seu líder, Randolfe Rodrigues (PT-AP). A presidência da CPMI acabou nas mãos do Centrão, o que evidencia a luta pela influência dentro do próprio governo.

O panorama atual reforça a necessidade de articulações políticas prudentes e um diálogo constante entre as diversas bancadas, especialmente em um momento em que o Brasil se aproxima de um novo ciclo eleitoral. As incertezas continuam, mas o desafio de unir forças em um ambiente tão fragmentado pode ser o ponto de virada para os próximos anos.

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