Uma foto capturada pela Associated Press mostra um sms enviado ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, indicando preocupação de uma alta autoridade americana com um recente ajuste na política de exportação de grãos na Argentina e seus efeitos no mercado de soja.
Revelações sobre a operação diplomática e a crise do soja
No dia 23 de setembro, o texto afirma que os Estados Unidos realizaram um resgate financeiro a Argentina, liderado por Bessent, o que resultou na retirada de tarifas de exportação de grãos pelo governo argentino. Em troca, a Argentina vendou uma quantidade significativa de soja para a China, o que, segundo o texto, deve pressionar ainda mais os preços do produto no mercado internacional.
“Estamos recebendo mais informações, mas isso é altamente preocupante”, relata a mensagem, que também aponta uma possível perda de vantagem competitiva dos EUA na venda de soja para a China, maior compradora mundial do grão.
Implicações para o mercado de soja e a economia agrícola
A decisão da China de comprar soja de países latino-americanos, especialmente Brasil e Argentina, após o auge das tarifas de Trump, deixou os agricultores americanos em situação delicada. Segundo análises de especialistas, o êxodo das compras chinesas dos EUA ameaça uma importante fonte de receita para os produtores nacionais, que já enfrentam dificuldades por conta das guerras tarifárias e da instabilidade política.
O texto ainda revela a ligação de figuras políticas argentinas, como o Presidente Javier Milei, conhecido por suas posições radicais na redução de gastos públicos, que também aparece na história por ter presenteado Elon Musk com uma serra de cadeado na conferência do CPAC em fevereiro. Milei, aliado a posições econômicas similares às do próprio Trump, tem se destacado por sua postura contestadora na política latino-americana.
Reação do setor agrícola e perspectiva futura
O presidente da Associação Americana de Soja, Caleb Ragland, advertiu que os agricultores americanos não podem esperar mais para buscar uma solução. Em nota oficial, ele ressaltou a urgência de um acordo com a China, considerando o impacto negativo sobre a economia agrícola dos Estados Unidos. “Estamos sofrendo enquanto nossos concorrentes aumentam sua participação no maior mercado de soja do mundo”, afirmou.
Autoridades do setor continuam pressionando o governo Trump para negociar uma resolução rápida, observando que a guerra comercial e as recentes movimentações diplomáticas prejudicam os interesses econômicos dos agricultores nacionais.
Próximos passos e resposta oficial
Até o momento, o Departamento do Tesouro dos EUA e representantes de Brooke Rollins, nomeada secretária de Agricultura, não emitiram comentários oficiais sobre a mensagem vazada. A situação demonstra como operações de bastidores podem ter consequências diretas na economia agrícola americana e na estabilidade do mercado de soja, especialmente em tempos de tensões internacionais.
