Brasil, 5 de outubro de 2025
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Deputado Binho Galinha é preso por suposto envolvimento com milícia

O deputado estadual Binho Galinha foi preso em Salvador, suspeito de liderar milícia e lavar dinheiro. Saiba mais sobre o caso.

O caso do deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD), acomete a política da Bahia e o traz para o centro das atenções. O parlamentar foi preso no último dia 3 após se entregar ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) em Feira de Santana, sendo apontado como suspeito de comandar uma milícia dedicada à lavagem de dinheiro por mais de uma década. Sua detenção se deu após uma operação que culminou na prisão de sua esposa e filho, além de outras pessoas ligadas ao esquema criminoso.

A prisão e as circunstâncias

Binho Galinha foi escoltado por uma equipe de 20 agentes e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e ficou sob custódia em uma Sala de Estado-Maior, uma cela especial destinada a parlamentares no Centro de Observação Penal (COP) em Salvador. Esta medida é uma atribuição a algumas categorias profissionais e segue protocolos internos, inclusive relativos ao banho de sol.

O MP-BA justifica a prisão do deputado destacando que os crimes em investigação são anteriores ao seu mandato ou não estão relacionados a funções desempenhadas na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Em 2011, antes de se tornar deputado, Binho Galinha já havia sido preso em uma operação contra o roubo de carros, o que levanta questões sobre seu envolvimento com atividades ilícitas ao longo dos anos.

Detalhes das acusações e investigações

A operação “El Patrón” resultou em um bloqueio de R$ 200 milhões das contas dos investigados, além da apreensão de diversas provas que sustentam a denúncia do MP-BA. A investigação apurou que Binho Galinha lavava dinheiro através de empresas e estava à frente da loja de autopeças “Tend Tudo” em Feira de Santana, onde foram encontradas milhares de peças de veículos, muitas delas supostamente provenientes de crimes.

Um relatório do MP-BA indica movimentações financeiras irregulares, com a empresa do deputado recebendo R$ 40,7 milhões sem a devida comprovação de lastro documental. Auditores que analisaram a contabilidade da loja encontraram indícios de que o filho do parlamentar recebia dinheiro proveniente de atividades criminosas desde seus 17 anos, e que a esposa do deputado tinha movimentações financeiras incompatíveis com seus rendimentos declarados.

Reação de Binho Galinha e da Alba

Em nota, Binho Galinha afirmou que sempre colaborou com as autoridades e confia na Justiça, prometendo que os fatos seriam esclarecidos ao longo do processo judicial. Sua defesa argumenta que a prisão preventiva é nula e foi decretada por uma autoridade judicial incompetente, ressaltando que o deputado não estava foragido e se apresentou espontaneamente ao Fórum em momentos anteriores à sua detenção.

A presidente da Alba, deputada Ivana Bastos (PSD), anunciou que a Casa Legislativa tomará as medidas necessárias após a notificação oficial, observando que o Conselho de Ética será acionado para avaliar a situação do deputado. A expectativa é criar um ambiente de transparência e imparcialidade na tramitação do caso.

Contexto da Operação e consequências

A investigação realizada pela Polícia Federal e por auditores da Receita Federal mostrou que, mesmo durante as restrições impostas pelas investigações, Binho Galinha mantinha o controle do grupo associado a crimes, utilizando empresas de fachada para ocultar a real movimentação de recursos. A operação “Estado Anômico” resultou em novas prisões e apreensões, reforçando a seriedade das acusações que recaem sobre o deputado e seus familiares.

Este desdobramento da Operação El Patrón se traduz em um desafio tanto para as autoridades quanto para a política baiana, levantando questões sobre a influência e a integridade de representantes eleitos. O desfecho desse caso poderá ter profundas implicações na esfera política da Bahia e na percepção pública sobre a corrupção e a criminalidade organizada na região.

O processo ainda está em andamento, e as repercussões na sociedade e na política são iminentes. A comunidade aguarda ansiosamente por mais desdobramentos e por uma resposta clara das instituições envolvidas, tanto do ponto de vista legal quanto ético.

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